Acetogeninas da graviola contra o câncer

Graviola

Conheça os benefícios, efeitos e propriedades antitumorais das acetogeninas da graviola (Annona muricata), princípio ativo que atua no combate ao câncer.

ATUALIZADO EM Atualizado em 23/09/2022

A graviola (Annona muricata) é nativa de florestas tropicais da África, América do Sul e sudeste da Ásia e, sua fruta, sementes e folhas são amplamente utilizadas para fins medicinais nestas regiões. É composta por níveis elevados de hidratos de carbono e de frutose. Em sua composição também podemos encontrar níveis significativos de vitaminas B1, B2 e C.

Graviola (Annona muricata)

O fruto da graviola se apresenta em formas grandes de tom amarelado esverdeado. Seu exterior é dotado de uma espécie de pequenos espinhos e o seu interior é composto de uma polpa carnuda de cor branca. Suas sementes são utilizadas como adstringente e podem ser aplicados diretamente na pele, para matar percevejos e na redução de espasmos musculares. Suas folhas são utilizadas, principalmente, para o alívio da dor da artrite, redução da inflamação das articulações, calmante, sedativo e para tratamentos de eczemas. O suco de graviola é utilizado principalmente como diurético, e sua casca, folhas e porções da raiz são muito utilizadas para o tratamento de sintomas relacionados ao diabetes.

As acetogeninas da graviola agem no combate ao câncer

O principal ingrediente ativo da graviola é um composto denominado acetogenina, um fitoquímico capaz de prevenir a reprodução de células cancerígenas anormais, pois interfere nos processos de produção de ATP, molécula responsável por fornecer a energia necessária para a atividade celular. Sem as moléculas de ATP, as células cancerígenas se tornam incapazes de realizar as funções básicas que as mantém vivas e de se reproduzir. A acetogenina também contribui para inibir o fluxo sanguíneo nos pequenos órgãos das células anormais, ocasionando a interrupção do fornecimento de nutrientes para estas células.

Algumas pesquisas, ainda que in vitro, indicaram que vários dos ingredientes ativos da graviola, conhecidos como acetogeninas, podem atacar e matar células malignas de vários tipos diferentes de câncer, incluindo cólon, fígado mama, ovário, pâncreas, próstata, pulmão e linfomas. A acetogenina é um componente químico extraído da árvore de graviola que tem se mostrado muito eficaz na redução das atividades de enzimas em células cancerosas, ao mesmo tempo em que se mantém passiva nas células saudáveis.

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Propriedades anticancerígenas da graviola

Chá de graviola

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Alguns estudos científicos comprovaram que as substâncias químicas presentes na graviola possuem elementos antitumorais. Estes elementos são tóxicos para as células cancerígenas, mas não prejudicam as células saudáveis. Em 1998, a Universidade de Purdue, em Indiana, EUA, realizou diversas pesquisas científicas acerca das acetogeninas apoiadas financeiramente pelo Instituto Nacional do Câncer dos EUA e pelo Instituto Nacional de Saúde norte-americano (NIH). Nestas pesquisas, a Universidade registrou cerca de 9 patentes nacionais e internacionais decorrentes do seu trabalho em torno dos elementos antitumorais da graviola e da acetogenina.

Recentemente, três respeitáveis laboratórios norte-americanos estabeleceram que a acetogenina realmente está vinculada ao bloqueio da reprodução das células cancerígenas. Estudos realizados pelo Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos também afirmaram que os efeitos da graviola e da acetogenina agem em várias formas de câncer, incluindo o câncer de mama, fígado, pâncreas, próstata e pulmão.

Uma pesquisa publicada na Revista do Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa e Extensão da UNIPAM testou os efeitos da polpa da graviola em moscas da espécie Drosophila melanogaster que apresentavam tumores. O estudo concluiu que a acetogenina isolada, por apresentar alta citotoxicidade, não deve ser usada como preventivo para o câncer. Contudo, caso a doença já esteja estabelecida, a graviola poderá ser utilizada no tratamento, visto que diminui a frequência de tumores no organismo.

Câncer no pâncreas

Um estudo realizado nos EUA mostrou que a graviola mata as células de câncer do pâncreas, inibindo o metabolismo celular. Esta capacidade de combater tumores foi confirmada tanto em tubos de ensaio quanto em indivíduos vivos. As acetogeninas inibem inúmeras vias de sinalização que controlam o crescimento e o tempo de vida das células cancerígenas do pâncreas dentro do hospedeiro. Alterando estes parâmetros, a taxa de crescimento de novas células do cancro e propagação da doença diminuiu significativamente.

Glicoproteína-P da graviola

Um estudo da Universidade de Purdue, realizado em 1997, sugeriu que as acetogeninas da graviola foram responsáveis por atacar várias células cancerosas que sobreviveram ao tratamento clássico de quimioterapia, através do desenvolvimento de resistência aos produtos químicos. O pesquisador de Purdue, Dr. Jerry McLaughlin, diz que muitas células cancerosas, ao longo do tempo, desenvolvem a glicoproteína-P, que funciona como uma bomba de efluxo ATP-dependente, ou seja, promove ativamente à saída da substância (no caso, o agente quimioterápico antineoplásico) do interior da célula, expulsando o agente de quimioterapia antes que ele possa trabalhar. Contudo, é sugerido que talvez as acetogeninas possam ignorar essa glicoproteína-P e matar as células cancerígenas. No geral, além de dedicar aos efeitos das substâncias encontradas na graviola no combate ao câncer, os pesquisadores de Purdue encontraram atividade contra vermes, alguns vírus, fungos e muitas linhagens de células cancerosas.

Resistência à quimioterapia

Pesquisas indicaram que as células cancerígenas que sobrevivem à quimioterapia são capazes de estabelecer um nível de resistência à medicação utilizada. Para isso, estas células desenvolvem uma bomba intercelular que bloqueia os agentes anticancerígenos de adentrar e agir nas células. Geralmente, apenas cerca de 2% das células cancerígenas de um organismo são capazes de criar esta barreira. Contudo, são estes 2% que podem se expandir e gerar tumores resistentes a múltiplas drogas. Foi detectado que a acetogenina é capaz de eliminar estas bombas intercelulares através do bloqueio de transferência de ATP, que corresponde à principal fonte de energia celular, e assim combater de forma eficaz os tumores resistentes aos medicamentos.

Possível futura cura do câncer

Graviola - Annona muricata

Graviola – Annona muricata

Apesar de não haver comprovação científica e reconhecimento da comunidade médica internacional, as pesquisas com a graviola podem representar uma esperança futura na cura do câncer, sobretudo a partir do isolamento de ingredientes ativos do vegetal. Atualmente, existem vários efeitos colaterais conhecidos da quimioterapia, aplicados em tumores como o câncer de mesotelioma, tais como perda de cabelo e náuseas. Outros tipos de câncer, como o mesotelioma maligno e mesotelioma peritoneal são muito agressivos, causados devido à exposição causada ao amianto, material bastante utilizado na construção civil.

A acetogenina da graviola, ao atacar e matar apenas células não saudáveis, futuramente pode ser uma opção eficaz e segura no tratamento complementar de vários tipos de câncer e tumores, sem que cause efeitos colaterais pesados tais como outros medicamentos tradicionais. Existem mais de duas mil variedades de plantas pertencentes à família Annonaceae, o que pode representar uma esperança para a realização de pesquisas mais aprofundadas que podem proporcionar a cura do câncer.

Referências:
*Revisão de conteúdo feito por Silvio de Moura Bernardes, professor da UNEF (Unidade de Ensino Superior de Feira de Santana/BA), pós-graduado em Fitoterapia e mestre em saúde pública pela Loma Linda University, Califórnia/EUA.
Graviola: A Novel Promising Natural-Derived Drug That Inhibits Tumorigenicity and Metastasis of Pancreatic Cancer Cells In Vitro and In Vivo Through Altering Cell Metabolism. University of Nebraska Medical Centre.
Pawpaw shows promise in fighting drug-resistant tumors. Purdue University. Graviola Study. September 1997.
Efeito modulador da polpa da graviola (Annona muricata) sobre a carcinogenicidade da mitomicina C, avaliado por meio do teste para detecção de clones de tumor (warts) em Drosophila melanogaster. PERQUIRERE Revista do Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa e Extensão | ISSN: 1806‐6399. Patos de Minas: UNIPAM.
Can graviola (soursop) cure cancer? Cancer Research UK.
Soursop Benefits. Cancer Treatment Potential. Herbswisdom.
Soursop Reviewed: Cancer Cure. Soursoup Health Information.
WebMD. Vitamins & Supplements, Graviola.