Estévia: saiba para que serve o adoçante

Estévia (Stevia rebaudiana)

Conheça os benefícios, efeitos colaterais, indicações e propriedades medicinais das folhas da estévia - Stevia rebaudiana, planta usada como adoçante natural.

ATUALIZADO EM Atualizado em 20/09/2022

A estévia (Stevia rebaudiana) é uma planta medicinal também conhecida como stevia, stévia, estévia-doce; sweetleaf, sweet leaf e sugarleaf (inglês). Antigamente a Stevia rebaudiana era conhecida como Stevia eupatorium. O adoçante de estévia é amplamente utilizado no Brasil, Japão e outros países do mundo. A estévia possui apenas 1/300 da quantidade de calorias contidas no açúcar, no entanto, contém esteviosídeo, que é cerca de 150 a 200 vezes mais doce que o açúcar.

Benefícios da estévia

O esteviosídeo, glicosídeo do esteviol, é um diterpeno tetracíclico totalmente natural, não tóxico e ainda é considerado um adoçante não-calórico. Também alivia a fadiga física e mental e inibe a perda de dentes, ao contrário do açúcar, que contribui para que isso ocorra. As folhas da estévia podem ser usadas para adoçar qualquer tipo de alimento e auxiliar na redução de peso e os níveis de ácido úrico. O uso do extrato bruto da planta como um tônico para o coração para normalizar os níveis de pressão arterial, batimento cardíaco regular, e para outras indicações cardiopulmonares já foram relatados em estudos com ratos. Vários estudos com extratos e seus glicosídeos isolados demonstraram ação hipotensora (bem como uma ação diurética).

Adoçante de estévia

Adoçante de estévia (Stevia rebaudiana)

Adoçante de estévia (Stevia rebaudiana)

A estévia, apesar de ser uma descoberta relativamente recente na indústria farmacêutica e alimentícia, é usada como adoçante natural há séculos por várias populações. Recentemente, ganhou popularidade como um substituto do açúcar natural e por possuir benefícios que ajudam potencialmente a perder peso. Os glicosídeos de estévia não são metabolizados pelo organismo, tornando-a um alimento com zero calorias. Processada, pode ser centenas de vezes mais doce que o açúcar, em forma de líquido ou pó.

O grande interesse na estévia como adoçante natural não calórico tem alimentado muitos estudos sobre a planta. O principal produto químico responsável pela doçura, o esteviosídeo, assim como a folha da planta, não é tóxico e mutagênico. O consumo oral do esteviosídeo em forma de adoçante é uma alternativa natural que pode ser utilizada por pacientes com hipertensão.

Benefícios do adoçante de estévia para diabéticos

A estévia é adicionada a bebidas e alimentos não cozidos, além de ser capaz de substituir o açúcar na panificação. A Stevia rebaudiana é uma excelente alternativa para pacientes com diabetes que desejam consumir alimentos doces sem que sejam sentidos os efeitos adversos do açúcar. Um estudo de 2010 publicado no jornal Appetite descobriu que pessoas que consumem estévia não sentem mais fome ou vontade de consumir mais açúcar do que as pessoas que consomem o açúcar tradicional (proveniente da cana-de-açúcar).

Segundo estudos, os diabéticos podem usar com segurança os adoçantes artificiais, como a estévia, porque eles não afetam os níveis de açúcar no sangue. A estévia ajuda a regular o açúcar no sangue, reduzindo a sensação de fome quando 10 ou 15 gotas são tomadas cerca de 20 minutos antes das refeições. A estévia está disponível em sachês, pó, líquido claro (adoçantes em gotas) e esteviosídeos puros, sendo que cada possui suas orientações adequadas para o uso. Se você estiver usando estévia pela primeira vez, certifique-se de seguir as instruções na embalagem. A estévia em pó pode ser de 4 a 15 vezes mais potente do que o açúcar.

Esteviosídeo e steviol

O esteviosídeo e o steviol possuem capacidade de estimular a secreção de insulina através de uma ação direta sobre as células, indicando que os compostos podem ter um papel potencial como agentes anti-hiperglicêmicos no tratamento do diabetes mellitus tipo 2. A estévia é composta de esteviosídeo, glicosídeo do esteviol, além de rebaudiosídeo e cromo. É rica em terpenos e flavonoides. O glicosídeo chamado de esteviosídeo, que corresponde há cerca de 6 a 18 por cento da composição da folha, é responsável pela doçura da planta.

O uso da estévia na culinária

Na culinária, pode ser utilizada para adoçar chás, comidas de baixa caloria, iogurte, bens assados e cereais. Ao contrário muitos adoçantes repletos de substâncias químicas, o sabor é estável quando aquecido. Pode ser usado no lugar do açúcar na preparação de doces e sorvetes.

Contraindicações e efeitos colaterais

Não foram relatados efeitos colaterais decorrentes do uso nas bibliografias consultadas.

História e curiosidades

O Japão é o maior consumidor mundial de folhas e extratos de estévia, onde é utilizada para adoçar qualquer tipo de alimentos, sendo substituto para o açúcar e a sacarina. No Japão, Brasil e outros em outros países, comprar estévia não é grande problema, vez que o uso como aditivo alimentar é aprovado. Já nos Estados Unidos, grandes marcas de adoçantes sintéticos geram um grande empecilho para a comercialização em grande escala da estévia. A Stevia rebaudiana foi nomeada pelo botânico espanhol P.J. Esteve em 1500. A planta é nativa do Paraguai e do Brasil, onde é utilizada há centenas de anos por povos indígenas desses países como adoçante. Os índios Guarani paraguaios chamam a planta de kaa jheé, vez que era utilizada para adoçar o chá de erva-mate durante séculos.

A stevia foi difundida na Europa no século XVI, quando os colonizadores espanhóis observaram que os nativos utilizavam as folhas para adoçar chás de ervas. No Japão, é amplamente aceita pela população e domina grande parte do mercado de adoçantes. O interesse científico pela Stevia rebaudiana começou no final do século XIX, quando pesquisadores procuraram entender o grande poder que as folhas possuíam para adoçar. Foi inicialmente estudada em 1899 pelo botânico paraguaio Moises Bertoni, que escreveu alguns dos primeiros artigos sobre a Stevia rebaudiana no início do século XX. A espécie faz parte da família Asteraceae.

Referências:
Yadav, Ashok Kumar, et al. “A review on the improvement of stevia [Stevia rebaudiana (Bertoni)].” Canadian journal of plant science 91.1 (2011): 1-27.
Goyal, S. K., Samsher, and R. K. Goyal. “Stevia (Stevia rebaudiana) a bio-sweetener: a review.” International journal of food sciences and nutrition 61.1 (2010): 1-10.
Savita, S. M., et al. “Stevia rebaudiana–A functional component for food industry.” Journal of Human Ecology 15.4 (2004): 261-264.
Anton, Stephen D., et al. “Effects of stevia, aspartame, and sucrose on food intake, satiety, and postprandial glucose and insulin levels.” Appetite 55.1 (2010): 37-43..