Alcaçuz: saiba para que serve a raiz

Alcaçuz - Glycyrrhiza glabra

Conheça os benefícios, efeitos colaterais e propriedades medicinais do alcaçuz (Glycyrrhiza glabra), planta de uso popular por pacientes diabéticos.

ATUALIZADO EM Atualizado em 22/09/2022

O alcaçuz (Glycyrrhiza glabra) é uma planta medicinal também conhecida como alcaçus, alcaçuz-da-Europa, alcaçuz-glabro, glicirriza, madeira-doce, pau-doce, raiz-de-alcaçuz, raiz-doce, liquorice e licorice root (inglês), dentre outros nomes populares. Inclui o sinônimo botânico Glycyrrhiza uralensis. O alcaçuz faz parte da família das Leguminosas.

Benefícios e propriedades medicinais do alcaçuz

O alcaçuz é uma das plantas medicinais mais prescritas na China. É uma erva usada há milhares de anos e os primeiros registros de suas aplicações medicinais podem ser vistos em papiros do Egito Antigo. Possui diversas propriedades medicinais, incluindo ação antibacteriana, antibiótica, antifúngica, anti-inflamatória, antiespasmódica, antitumoral, antitussígena, antiviróticas, digestiva, diurética, emética, emoliente, expectorante, laxante, nutritiva, rejuvenescedora, tônica adrenal, dentre outras muitas propriedades.

As raízes são mastigadas por pessoas para ajudar interessadas em abandonar o vício do cigarro (tabagismo). Também é útil para manter estável os níveis de açúcar no sangue, sendo indicada inclusive para diabéticos. O glicosídeo glicirrizina, encontrado na raiz, é mais do que 50 vezes mais doce que a sacarose. As propriedades demulcentes e emenagogas tornam a erva eficaz contra problemas nas mucosas, incluindo bronquite, catarro e rouquidão. Sendo emenagoga, estimula a menstruação ao mesmo tempo que sua ação galactagoga aumenta a produção de leite em lactantes.

Age como anti-inflamatório

Rica em flavonoides, a raiz contribui para uma melhor recuperação de doenças inflamatórias. Age de dentro para fora e é eficaz até mesmo em inflamações da pele. Como um medicamento anti-inflamatório, é útil no tratamento de artrite. Juntamente com outras ervas, é usado para tratar espasmos musculares.

Auxilia no tratamento do diabetes

Como um adoçante natural que não contém glicose, auxilia diabéticos. O chá de alcaçuz é extremamente benéfico e pode ser usado também como diurético. A erva a abaixa os níveis de açúcar no sangue, favorecendo os uma vida normal para pessoas resistentes a insulina.

Diminui o colesterol ruim

Para pessoas com níveis de colesterol prejudicial acima do ideal, a planta ajuda na redução natural dos índices de HDL e triglicérides. Com propriedades altamente antioxidantes, ela age no organismo prevenindo AVC, paradas cardíacas e até mesmo o câncer. Uma equipe de pesquisadores israelenses descobriu que o extrato da raiz de alcaçuz adicionado à dieta reduz os níveis de colesterol no sangue níveis, bem como a taxa de oxidação.

FIGAPRO

Figapro é o suplemento alimentar mais utilizado no Brasil para auxiliar a eliminar gordura do fígado e melhorar o funcionamento do sistema digestivo.

Equilíbrio hormonal

Suas substâncias flavonoides proporciona um maior equilíbrio dos hormônios secretados pela hipófise. Traz assim então, um resultado ideal para quem sofre com distúrbios menstruais ou de glândulas como a tireoide por exemplo. Também eficaz em controlar sintomas de TPM e climatério.

Favorece o fígado

Auxiliar para tratamentos de hepatites do tipo, A, B e C, a raiz de alcaçuz é usada milenarmente no Japão para acelerar a recuperação do fígado contra a doença. Além disso, auxilia na redução de gordura no acumulada no fígado como resultado de má alimentação ou propensão genética que causam grandes males a saúde.

O alcaçuz possui ação anticâncer

O alcaçuz mostra ser uma promessa como um possível quimiopreventivo contra o câncer. A glicirrizina, o glicosídeo creditado com muitos dos efeitos benéficos da planta, parece inibir o crescimento de células cancerosas. Além disso, um novo composto de polifenol isolado da raiz de alcaçuz está sendo estudado para induzir a apoptose ou autodestruição das células tumorais na mama e na próstata humana.

Previne úlceras

O alcaçuz é um laxante moderado e auxilia na redução da acidez estomacal e indigestão ácida. Pode ser usado para evitar a dispepsia, além de úlceras gástricas ou duodenais. Protetor gastrointestinal, o alcaçuz serve para como uma proteção natural no estômago e ajuda na cicatrização de úlceras e gastrites de origem nervosa. É ótimo para nutrir as glândulas suprarrenais e acalmar membranas de muco irritadas. Uma de suas aplicações é para o tratamento da Doença de Addison, condição de saúde onde há falta de hormônios suprarrenais no organismo. É caraterizada por sintomas como dores abdominais leves, fraqueza, perda de peso e escurecimento de algumas áreas da pele e das mucosas.

Perda de peso

Segundo pesquisas, o alcaçuz é capaz de reduzir levemente o apetite e a vontade de ingestão de doces. Age como calmante fitoterápico que tira a ansiedade alimentar por comidas gordurosas e extremamente calóricas como doces na fase de TPM. Quando combinado com exercícios físicos, potencializa uma perda acelerada de calorias e auxilia reduzindo a massa gorda preservando a massa muscular. A planta também ajuda na perda de gorduras localizadas.

Chá de alcaçuz

Chá de alcaçuz

Chá de alcaçuz

O chá deve ser consumido três vezes durante o dia, sem o uso de açúcar ou adoçantes.

Ingredientes

  • Um litro de água.
  • 2 colheres de sopa de raiz de alcaçuz moída.

Modo de preparo

  • Misture os dois ingredientes.
  • Leve ao fogo por 10 minutos.
  • Retire do fogo e coe.

Tintura

Coloque uma parte de raiz seca, com cinco partes de conhaque ou vodca em um copo. A proporção de 50/50 de álcool para água é ideal. Sele o recipiente com uma tampa hermética. Deixar macerar em um lugar escuro por duas semanas. Agite diariamente. Coe a mistura e despeje em uma garrafa escura para armazenamento de até dois anos. A dosagem é de um a três mililitros da tintura três vezes ao dia.

Xarope de alcaçuz

Xarope de alcaçuz

Xarope de alcaçuz

O xarope é indicado em casos de diversas afecções peitorais, inclusive tosse e bronquite.

Ingredientes

  • 500 gramas de alcaçuz em pó.
  • 2 litros de água.
  • Açúcar.

Modo de preparo

  • Esquente a água até a temperatura de 25 °C.
  • Coloque a erva na água.
  • Aguarde 24 horas.
  • Filtre o líquido resultante do processo.
  • Adicione o açúcar na mesma quantidade que o líquido misture bem e seu xarope estará pronto.

Uso na culinária

Na culinária, é adicionado à outros alimentos e ervas, melhora o sabor e induz sentimentos de harmonia, paz e tranquilidade. Pode ser utilizado em bolos, doces, sorvete, cervejas e vinhos. A madeira-doce é um adoçante que pode ser consumido seguramente pela maioria dos diabéticos, desde que nenhum outro adoçante seja acrescentado. O alcaçuz é acrescentado em quantidades muito pequenas a outras fórmulas herbárias para harmonizá-las e prevenir efeitos colaterais indesejáveis. Comercialmente, é um aromatizante em cervejas, refrigerantes e tabaco.

Composição

A Glycyrrhiza glabra possui uma mistura de diversas saponinas triterpênicas, das quais a glicirrizina é a mais comum. Além disso, é composta de ácido glicirrético, asparagina, betaína, cumarinas, fitoestrógenos, flavonoides, glicosídeos, óleo essencial, proteína e gordura. Outro
constituintes químicos ativos na raiz incluem chalconas, cumarinas, esteróis, isoflavonoides e saponinas triterpenoides. Estudos mostraram que o alcaçuz também estimula a produção de interferon.

Contraindicações e efeitos colaterais do alcaçuz

O uso é contraindicado para pacientes com arritmias, edemas, hipertensas, sobretudo para quem faz uso de medicamentos para o controle de tais condições de saúde. Usuários de medicamentos à base de digoxina (grupo de medicamentos chamados glicosídeos cardíacos) não devem utilizar a glicirriza. Mulheres grávidas ou em período de amamentação que fazem reposição hormonal ou usam anticoncepcionais devem evitar o uso. Doses elevadas podem causar redução de potássio e retenção de sódio no organismo. O uso em excesso ou prolongado pode elevar a pressão sanguínea.

História e curiosidades

O nome de gênero, Glycyrrhiza, é derivado do grego “raiz doce”. Glabra significa “liso”, em referência as vagens das sementes, que são lisas. A erva estava presente na tumba do faraó egípcio Tutankhamon. A planta já foi chamada de “cítica”, vez que os guerreiros Citas supostamente se mantinham até por mais de uma semana apenas se alimentando da erva, sem qualquer outro tipo de comida ou bebida. Na Alemanha, chegou a ser um presente mais popular até mesmo que o chocolate e possuía a reputação de despertar as mulheres sexualmente.

A Glycyrrhiza glabra pode atingir mais de um metro e meio de altura. As folhas são verdes e possuem o formato pinado, chegando até quinze centímetros de comprimento. As flores podem ser de cor púrpura ou azul esbranquiçado, dispostas em inflorescência com o tamanho que varia de 0,8 a 1,2 centímetros. O fruto possui o formato oblongo, seu tamanho fica entre 2 a 3 centímetros. Suas raízes são estoloníferas.

Referências:
Liquorice, Licorice. Latin Name: Glycyrrhiza glabra Linn. (Fabaceae).
Licorice Root Tea Benefits and Uses for Skin, Hair and Health.
Damle, M. (2014). Glycyrrhiza glabra (Liquorice)-a potent medicinal herb. International Journal of Herbal Medicine, 2(2), 132-136.
Fenwick, G. R., Lutomski, J., & Nieman, C. (1990). Liquorice, Glycyrrhiza glabra L.—Composition, uses and analysis. Food chemistry, 38(2), 119-143.
Fukui, H., GOTO, K., & TABATA, M. (1988). Two antimicrobial flavanones from the leaves of Glycyrrhiza glabra. Chemical and Pharmaceutical Bulletin, 36(10), 4174-4176.
Fuhrman, Bianca, et al. “Antiatherosclerotic effects of licorice extract supplementation on hypercholesterolemic patients: increased resistance of LDL to atherogenic modifications, reduced plasma lipid levels, and decreased systolic blood pressure.” Nutrition 18.3 (2002): 268-273.
Hsiang, Chien-Yun, et al. “Differential regulation of activator protein 1 activity by glycyrrhizin.” Life sciences 70.14 (2002): 1643-1656.
Rafi, Mohamed M., et al. “Novel polyphenol molecule isolated from licorice root (Glycrrhiza glabra) induces apoptosis, G2/M cell cycle arrest, and Bcl-2 phosphorylation in tumor cell lines.” Journal of agricultural and food chemistry 50.4 (2002): 677-684.