Garra-do-diabo: saiba para que serve

Garra-do-diabo - Harpagophytum procumbens

Conheça os benefícios, efeitos colaterais e propriedades da garra-do-diabo (Harpagophytum procumbens), planta usada no tratamento da artrite e reumatismo.

ATUALIZADO EM Atualizado em 22/09/2022

A garra-do-diabo (Harpagophytum procumbens) é uma planta também conhecida como harpago, unha-do-diabo, artiglio del diavolo (italiano), devil’s claw (inglês), harpagofito (espanhol) e griffe du diable (francês).

Benefícios da planta garra-do-diabo

Grupos indígenas africanos há muito tempo a utilizam como analgésico, anti-inflamatório, antirreumático, para o tratamento de artrite, osteoartrite e outras doenças. As partes utilizadas da garra-do-diabo são suas raízes, mais especificamente seus tubérculos secundários, por conter o harpagosídeo e harpagídeo, suas substancias ativas de maior interesse na terapêutica. Oficialmente, a Harpagophytum procumbens consta na Farmacopeia Europeia como um tratamento efetivo para reumatismo e artrites.

Os tubérculos inibem a síntese de leucotrienos e a lipooxigenase, funções intimamente relacionadas com sua ação anti-inflamatória, visto que estes processos são mediadores em doenças inflamatórias como a artrite reumatoide. Este efeito demonstra ser mais consistente com o uso crônico, do que se usados para tratar inflamações agudas. Existem também diversos medicamentos no mercado que levam o extrato seco de garra-do-diabo como componente principal e normalmente estão na forma de comprimidos revestidos gastro resistentes (por isso não devem ser partidos ou mastigados), para preservar a integridade de seus princípios ativos do suco gástrico. É combinada com ervas de efeito demulcente para evitar qualquer tipo de irritação na área tônica digestiva.

Chá de garra-do-diabo

Chá de garra-do-diabo

Chá de garra-do-diabo

O chá de garra-do-diabo é mais eficiente quando os compostos do extrato agem sinergicamente, ao invés de serem usados em suas formas isoladas. Para preparar o chá da garra-do-diabo, adicione 1 colher de sopa de tubérculos picados tubérculos em 1/2 litro de água fervente. O ideal é consumir no máximo de 2 a 3 xícaras de chá por dia, evitando o consumo à noite devido ao efeito diurético.

Tratamento da artrite e reumatismo

A garra-do-diabo desintoxica e estimula os mecanismos de defesa do organismo, além de potencializar os agentes antirreumáticos naturais do corpo e auxiliar na eliminação de ácido úrico. As indicações da garra-do-diabo para o tratamento da reumatismo e artrites constam oficialmente na Farmacopeia Europeia. É considerada mais apropriada para osteoartrite do que para artrite reumatoide. É ainda relatada como uma alternativa ao uso de anti-inflamatórios não esteroidais como o ácido acetilsalicílico, Diclofenaco, Nimesulida, Piroxicam, Celecoxib e Ibuprofeno, por ter poucos efeitos adversos e por haver a possibilidade de uso por período prolongado.

Contraindicações e efeitos colaterais da garra-do-diabo

Devido ao aumento da acidez estomacal causadas pela planta, preparações ou medicamentos à base de garra-do-diabo não devem ser utilizadas por pacientes com úlceras gástricas, desordens intestinais ou litíase vesicular. Devido à possível cardioatividade, pacientes hipertensivos devem ter precaução com seu uso. Há poucos efeitos colaterais, a maioria são leves e dentre eles estão diarreia, vômitos, flatulência e dispepsia.

História e curiosidades

A garra-do-diabo é nativa e se desenvolve na África, majoritariamente no deserto do Kalahari e estepes da Namíbia. A espécie Harpagophytum procumbens faz parte da Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS), constituída de espécies vegetais com potencial de avançar nas etapas da cadeia produtiva e de gerar produtos de interesse do Ministério da Saúde do Brasil. A Harpagophytum procumbens faz parte da família Pedaliaceae.

Referências:
Lanhers, Marie-Claire, et al. “Anti-inflammatory and analgesic effects of an aqueous extract of Harpagophytum procumbens.” Planta Medica 58.02 (1992): 117-123.
Baghdikian, B., et al. “An analytical study and anti-inflammatory and analgesic effects of Harpagophytum procumbens and Harpagophytum zeyheri.” Planta Medica 63.02 (1997): 171-176.
Brien, Sarah, George T. Lewith, and Gerry McGregor. “Devil’s Claw (Harpagophytum procumbens) as a treatment for osteoarthritis: a review of efficacy and safety.” Journal of Alternative and Complementary Medicine 12.10 (2006): 981-993.