Guaçatonga: saiba para que serve

Guaçatonga - Casearia sylvestris

Conheça os benefícios, indicações e propriedades medicinais da guaçatonga - Casearia sylvestris, planta também conhecida como café-bravo e cafezeiro-do-mato.

ATUALIZADO EM Atualizado em 13/09/2022

A guaçatonga (Casearia sylvestris) é uma planta medicinal também conhecida como cafezeiro-do-mato, café-bravo, caroba, carvalhinho, chá-de-bugre, erva-de-bugre, erva-de-lagarto, estralador, guaçatunga, gaibim, guassatonga, paratudo, pau-de-bugre, pombeiro, dentre outros inúmeros nomes populares. a guaçatonga faz parte da família Flacourtiaceae.

Benefícios da guaçatonga

A guaçatonga encontra-se distribuída em quase todo o território brasileiro. e possui uma longa história de uso na fitoterapia em quase todos os países tropicais, de onde é nativa, podendo ser efetiva contra aftas, artrite, câncer, diarreia, doenças de pele, dores comuns, dores no peito, feridas, gota, hanseníase, hemorragias, inflamações, inchaço nas pernas, limpeza do sangue, micoses, obesidade, ofidismo, paralisia, picadas de cobra e insetos, queimaduras, reumatismo, sífilis, tumores, úlceras e outras condições de saúde.

No Brasil, os índios Karajá preparam uma maceração da casca para tratar diarreias, enquanto no Peru os índios Shipibo-Conibo, localizados na Amazônia peruana, usam uma decocção da casca para resfriados, diarreia, dores no peito e gripe. Outras tribos indígenas no Brasil amassam as raízes ou sementes de guaçatonga para tratar feridas e hanseníase topicamente.

Composição da guaçatonga

Povos indígenas de toda a Floresta Amazônica têm usado por muito tempo a guaçatonga como um remédio natural em casos de problemas de pele, bem como no alívio das dores causadas por picadas de abelha, cobra e outros animais, vez que o extrato de suas folhas neutraliza o efeito da histamina, substância que desencadeia a sensação dolorosa. A guaçatonga possui o cariofileno, que anula os efeitos da histamina, além disso, tem um efeito altamente cicatrizante. A decocção das folhas é fabricada e aplicada topicamente e internamente.

As folhas e os galhos da guaçatonga contêm um fitoquímico conhecido como lapachol, conhecido e estudado como por suas propriedades anticancerígenas e antifúngicas. É abundante em diterpenos clerodânicos, cuja vasta gama de atividades biológicas incluem desde repelente para insetos, antitumorais, anticancerígenas, antibióticos e até como inibidores da replicação do HIV. Alguns dos diterpenos clerodânicos documentados em guaçatonga são substâncias químicas novas que os cientistas têm chamado de “casearinas”.

Contraindicações e efeitos colaterais da guaçatonga

Não foram relatados efeitos colaterais decorrentes do uso nas bibliografias consultadas.

História e curiosidades

A guaçatonga cresce como um arbusto ou pequena árvore e pode atingir cerca de 2 a 3 metros de altura, contudo, pode chegar até a 10 metros de altura e produzir uma grande quantidade de sementes, principalmente em algumas regiões de mata virgem da Amazônia, onde a planta se adaptou de forma a absorver grande quantidade de nutrientes no solo argiloso amazônico, formando extensas raízes laterais.

A guaçatonga cresce abundante nos trópicos, tanto em áreas de floresta, quanto em áreas de planície. É encontrada no Caribe (incluindo Cuba e Jamaica), e na América do Sul, incluindo Argentina, Bolívia, Peru, Uruguai e Brasil. A espécie Casearia sylvestris faz parte da Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS), constituída de espécies vegetais com potencial de avançar nas etapas da cadeia produtiva e de gerar produtos de interesse do Ministério da Saúde do Brasil.

Referências:
Sertié, J. A. A., J. C. T. Carvalho, and S. Panizza. “Antiulcer activity of the crude extract from the leaves of Casearia sylvestris.” Pharmaceutical Biology 38.2 (2000): 112-119.
CARVALHO, P. E. R. Cafezeiro-do-Mato-Casearia Sylvestris. Embrapa Florestas-Circular Técnica (INFOTECA-E), 2007.
Absy, Maria Lúcia, and Orestes Scavone. “Sobre a morfologia e anatomia da Casearia sylvestris Swartz.” Boletim de Zoologia e Biologia Marinha 30.30 (1973): 641-676.