Pata-de-vaca: saiba para que serve o chá

Pata-de-vaca - Bauhinia forficata

Conheça os benefícios, efeitos, indicações e propriedades medicinais do chá de pata-de-vaca (Bauhinia forficata), muito usado para o tratamento do diabetes.

ATUALIZADO EM Atualizado em 16/10/2022

A pata-de-vaca (Bauhinia forficata) é uma planta medicinal também conhecida como bauínia, casca-de-vaca, árvore-orquídea-brasileira, unha-de-vaca, miriró, miroró, dentre outros inúmeros populares. Inclui os sinônimos botânicos Bauhinia affinis, Bauhinia variegata, Bauhinia candicans, dentre outros. Nos anos 1980, o uso reiterado da pata-de-vaca como insulina natural despertou o interesse em novas pesquisas. Estudos relataram ações hipoglicemiantes em animais e humanos. Um estudo chileno de 1999 constatou que a espécie Bauhinia candicans provocou notáveis efeitos hipoglicemiantes em ratos diabéticos.

Benefícios da planta pata-de-vaca

A pata-de-vaca é uma erva muito utilizada na fitoterapia brasileira por proporcionar ótimos resultados em diabéticos, sendo conhecida como “insulina vegetal”, dada a sua capacidade de reduzir os sintomas da diabetes, incluindo a poliúria (aumento do volume urinário), distúrbios renais e outros problemas urinários. O chá de pata-de-vaca é comumente consumido após as refeições, para equilibrar os níveis de açúcar no sangue. Desde as primeiras décadas do século XX a planta tem sido relatada em estudos clínicos com a capacidade de produzir efeitos redutores de açúcar no sangue.

A pata-de-vaca, além de diminuir o açúcar no sangue, pode também diminuir os triglicerídeos, colesterol total e o LDL-colesterol (colesterol ruim) em diabéticos, auxiliando no tratamento da diabetes mellitus tipo II. O kaempferitrin, substância presente na planta, além de reduzir o açúcar no sangue, pode ajudar a reparar danos às células renais, possuindo efeitos diuréticos e antioxidantes. A infusão das folhas de Bauhina forficata é utilizada na medicina popular brasileira como agente depurativo, diurético, hipoglicemiante e tônico.

Kaempferitrin

O kaempferitrin, substância presente na planta, além de reduzir o açúcar no sangue, pode ajudar a reparar danos às células renais, possuindo efeitos diuréticos e antioxidantes. Um estudo realizado no Chile em 1999 apontou propriedades antidiabéticas em ratos. Tal estudo determinou que a pata-de-vaca diminuiu em 39% os níveis de açúcar no sangue em ratos diabéticos. Em 2004, um grupo de pesquisa também observou que além de apresentar propriedades antioxidantes, a pata-de-vaca também reduziu os níveis de triglicérides e o colesterol total. Os estudos também indicaram que não houve efeitos tóxicos em ratos, seja os mesmos diabéticos ou normais, incluindo ratos diabéticos grávidas.

Chá de pata-de-vaca

Chá de Pata de Vaca - Bauhinia forficata - Medicina Natural

Chá de Pata de Vaca – Bauhinia forficata – Medicina Natural

O chá de pata-de-vaca proporciona resultados tão bons em diabéticos que é conhecida como insulina vegetal, dada a sua capacidade de reduzir os sintomas do diabetes. A pata-de-vaca, além de diminuir o açúcar no sangue, também reduz os triglicerídeos, colesterol total e o LDL-colesterol (colesterol ruim) em diabéticos, auxiliando no tratamento da diabetes mellitus tipo II. Além de ser usado no tratamento do diabetes mellitus, o chá de pata de vaca é um ótimo diurético, útil para os rins e sistema urinário, incluindo ajuda no tratamento da poliúria (aumento do volume urinário), cistite, pedras nos rins e outros distúrbios renais.

Modo de preparo do chá de pata-de-vaca

Adicionar 1 colher de chá de folhas de pata-de-vaca em um recipiente com água e ferva por cerca de 5 minutos. Após isso, tampe o recipiente e deixe em repouso por 10 minutos. Ao término, basta coar e consumir. O recomendado é ingerir 200 ml de chá de pata de vaca de 2 a 3 vezes ao dia, após as refeições.

Contraindicações e efeitos colaterais da pata-de-vaca

A pata-de-vaca pode potencializar o efeito de drogas antidiabéticas, além não ser indicado o uso para pessoas com hipoglicemia. Diabéticos devem consultar um profissional da saúde competente antes de iniciar o uso regular da planta, vez que a dosagem dos remédios poderá necessitar de ajuste.

História e curiosidades

A pata-de-vaca é uma árvore comum na Floresta Amazônica e outras regiões tropicais. Pode atingir até 9 metros de altura. Possui folhas grandes, com cerca de 10 cm de cumprimento e parecidas com cascos de vaca, explicando daí a origem do nome popular. Produz grandes flores brancas e sementes marrons. A Bauhinia forficata é uma das aproximadamente de 300 espécies do gênero Bauhinia. Trata-se de uma árvore de porte médio, com folhas uncinadas com formato semelhante a uma pata de vaca. Possui frutos do tipo vagem linear e flores brancas. Algumas espécies do gênero Bauhinia são utilizadas na medicina popular da da África, Ásia e América para o tratamento de várias doenças. A Bauhinia spp (Bauhinia affinis, Bauhinia forficata ou Bauhinia variegata) faz parte da Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS), constituída de espécies vegetais com potencial de avançar nas etapas da cadeia produtiva e de gerar produtos de interesse do Ministério da Saúde do Brasil. A Bauhinia faz parte da família das Leguminosas.

Referências:
Hypoglycaemic activity of four plants used in Chilean popular medicine, 1999.
Silva-López, Raquel Elisa, and Bruna Cristina Santos. “Bauhinia forficata Link (Fabaceae).” Revista Fitos 9.3 (2015): 217-232.
Damasceno, D. C., et al. “Effect of Bauhinia forficata extract in diabetic pregnant rats: maternal repercussions.” Phytomedicine 11.2-3 (2004): 196-201.
Pizzolatti, Moacir Geraldo, et al. “Flavonóides glicosilados das folhas e flores de Bauhinia forficata (Leguminosae).” Química Nova 26 (2003): 466-469.
Engel, Indianara C., et al. “Controle de qualidade de drogas vegetais a base de Bauhinia forficata Link (Fabaceae).” Revista Brasileira de Farmacognosia 18 (2008): 258-264.
Menezes, Fábio de Sousa, et al. “Hypoglycemic activity of two Brazilian Bauhinia species: Bauhinia forficata L. and Bauhinia monandra Kurz.” Revista Brasileira de Farmacognosia 17 (2007): 8-13.