Pedra-ume-caá: saiba para que serve

Pedra-ume-caá - Myrcia sphaerocarpa

Conheça os benefícios, efeitos, indicações e propriedades do chá de pedra-ume-caá - Myrcia shaerocarpa, também conhecida como insulina vegetal e pedra-hume.

ATUALIZADO EM Atualizado em 16/09/2022

A pedra-ume-caá (Myrcia sphaerocarpa) é uma planta medicinal também conhecida como pedra-ume-kaa , pedra-ume-cá, pedra-hume-caá, cambuí, insulina-vegetal, dentre outros nomes populares.

Benefícios da pedra-ume-caá

A pedra-ume é usada popularmente na América do Sul para o tratamento de diabetes e possui eficácia comprovada para tal uso. Também é utilizada em casos de hipertensão, diarreia, hemorroidas, problemas renais, inflamações de útero e ovário, enterite e úlceras na boca; age como um tônico cardíaco (equilíbrio e fortalece o coração), como adstringente para estancar sangramentos e as hemorragias, supressor de apetite, antioxidante, tonificador e fortalecedor do trato gástrico, hipotensivo (reduz a pressão sanguínea) e emagrecedor.

Benefícios da pedra-ume-caá para o controle do diabetes

A pedra-ume continua a ser um dos remédios naturais mais populares para diabetes em toda a América do Sul, onde é amplamente conhecida. Especialistas fizeram um estudo cuidadoso e afirmam que o uso regular desta produz resultados surpreendentes no tratamento do diabetes, vez que a planta é capaz de remover o açúcar desaparece da urina. Em função dessa propriedade, recebeu o nome popular de insulina vegetal. Estudos em animais e humanos comprovaram que a pedra-ume abaixa os níveis de açúcar no sangue, contudo, é contraindicada àqueles que têm hipoglicemia. Os diabéticos que desejarem usar esta planta devem procurar a supervisão de um profissional de saúde, visto que os níveis de açúcar no sangue precisarão ser monitorados e os medicamentos deverão ser ajustados.

Cientistas brasileiros documentaram extratos de folhas de pedra-ume com atividade hipoglicêmica desde 1929. Dois estudos clínicos publicados na década de 1990 demonstraram novamente sua atividade hipoglicêmica e confirmaram seu uso tradicional em casos de diabetes. Em 1990, um estudo clínico com placebo em pacientes normais e diabéticos com o tipo II, mostrou que pacientes diabéticos que consumiram pedra-ume (3 gramas de folha em pó diariamente) foram capazes de abaixar os níveis plasmáticos de insulina. Em outro estudo realizado em 1993 em ratos diabéticos, foi demonstrada a capacidade de reduzir o apetite, a sede e reduzir o volume de urina, bem como a excreção urinária de glicose e ureia. O extrato também inibiu a absorção intestinal de glucose. A conclusão foi que os extratos aquosos de Myrcia shaerocarpa possuem um efeito benéfico no estado diabético.

Formas de uso

Os modos de preparo da pedra-hume-caá são principalmente a infusão ou em administração em cápsulas. O uso tradicional é um chá de folha simples com um gosto agradável, ligeiramente doce.

Contraindicações e efeitos colaterais da pedra-ume

Como reduz os níveis de açúcar no sangue, a pedra-ume é contraindicada em casos de hipoglicemia. A erva potencializa medicamentos antidiabéticos e medicamentos insulínicos, além de potencializar medicamentos antihipertensivos. Não é aconselhado o uso por crianças. Pessoas com intestino preso podem ter este problema agravado.

História e curiosidades

A pedra-uma-caá é usada por tribos indígenas na floresta tropical para diabetes, diarreia e disenteria. A tribo Taiwanos (estabelecida no noroeste da Amazônia) considera que as folhas são adstringentes e a utilizam para a diarreia persistente. A pedra-ume é um arbusto de tamanho médio que cresce em regiões mais secas da Amazônia e em outras partes do Brasil. Possui folhas pequenas e verdes e flores grandes, de cor laranja e vermelha. A pedra-ume é composto de beta-amirina, eucaliptina, glicosídeos flavonoides (myrciacitrinas I e II), mircina, myrceafenonas A e B, sesquiterpenos, terpenos e taninos.

Referências:
Matsuda, H., et al. “Structural requirements of flavonoids and related compounds for aldose reductase inhibitory activity.” Chem. Pharm. Bull. (Tokyo). 2002; 50(6):788–95.
Matsuda, H. “Antidiabetic principles of natural medicines. V. Aldose reductase inhibitors from Myrcia multiflora DC. (2): Structures of myrciacitrins III, IV, and V.” Chem. Pharm. Bull. 2002; 50(3): 429-31.
Grune, U., et al. “Sobre o principio antidiabetico da pedra-hume-caá, Myrcia multiflora (Lam).” Thesis 1979; Federal University of Rio de Janeiro.
Yoshikawa, M., et al. “Antidiabetic principles of natural medicines. II. Aldose reductase and alpha-glucosidase inhibitors from Brazilian natural medicine, the leaves of Myrcia multiflora DC (myrtaceae): structures of myrciacitrins I and II and myrciaphenones A and B.” Chem. Pharm. Bull. 1998; 46(1): 113–19.
Pedra hume caá – Myrcia salicifolia. Rainforest Tree.