Picão-preto: saiba para que serve o chá

Picão-preto - Bidens pilosa

Conheça os benefícios, efeitos colaterais, indicações e propriedades medicinais do chá de picão-preto (Bidens pilosa), planta também chamada de amor-seco.

ATUALIZADO EM Atualizado em 22/09/2022

O picão-preto (Bidens pilosa) é uma planta medicinal também conhecida como amor-seco, carrapicho, carrapicho-de-agulha, carrapicho-picão, clavelito-de-monte, erva-picão, gema-de-ovo, nozote, picacho-negro, picão, picão-negro, pico, pirca, dentre outros nomes populares. Inclui os sinônimos botânicos Bidens adhaerescens, B. alausensis, B. chilensis, B. hirsuta, B. leucantha, B. montaubani, B. reflexa, B. scandicina, B. sundaica, Coreopsis leucanta e Kerneria pilosa. Na África Subsaariana, os brotos e folhas jovens do picão-preto frescas ou secas são fonte de alimento para os nativos, principalmente em tempos de escassez de alimentos.

Benefícios do picão-preto

O picão-preto é utilizada como erva e como ingrediente em chás ou medicamentos fitoterápicos. Seus brotos e folhas, secos ou frescos, são utilizados em chás e outras preparações. Na década de 1970, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) promoveu o cultivo de picão-preto na África porque a planta além de ser fácil de cultivar, é comestível, palatável e segura.

O picão-preto é nativo da Floresta Amazônica e sempre foi muito utilizada por várias tribos indígenas locais. Todas as partes da erva possuem propriedades medicinais e os principais usos do picão-preto na medicina popular incluem o tratamento do diabetes; equilíbrio, fortalecimento e desintoxicação do fígado; artrite, reumatismo e outras condições inflamatórias; úlceras gástricas e distúrbios digestivos, além do uso em infecções internas e externas causadas por vírus, bactérias, leveduras e fungos. Externamente, pode ser utilizado em assaduras, feridas, hemorroidas, infecções fúngicas, picadas de inseto e úlceras..

Vários dos componentes químicos presentes na Bidens pilosa são tóxicos para bactérias e fungos. O picão-preto beneficia o sistema imunológico e possui efeitos anti-inflamatórios, que podem ajudar a fortalecer e proteger o fígado de diversas toxinas capazes de causarem lesão hepática. O extrato também é capaz de inibir as atividades de síntese de prostaglandinas e ciclooxigenase (COX), processos químicos que ocorrem no organismo que estão ligados há doenças.

Chá de picão-preto

Chá de picão-preto - Bidens pilosa

Chá de picão-preto – Bidens pilosa

Na Amazônia peruana, o chá de picão-preto é consumido para reduzir a inflamação, aumentar a micção, além de fortalecer e proteger o fígado. Geralmente, todo o picão-preto é colhido e preparado em forma de chá via decocção ou infusão para uso interno, ou esmagado e aplicado diretamente para uso externo. No Peru, as raízes são usadas para hepatite alcoólica e vermes intestinais. As folhas esmagadas ajudam a aliviar dores de cabeça e dores de dente. A infusão das flores é utilizada para tratar dores estomacais e intoxicação alimentar.

A infusão ou decocção da planta inteira pode ser útil em casos de amigdalite e faringite. No México, toda a planta ou as folhas são usadas para tratar diabetes, doenças do estômago, hemorroidas, hepatite e febre. Muitos dos flavonoides em picão-preto foram documentados com atividade antimalárica.

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Atividade hipoglicemiante

Estudos com a folha de picão-preto demonstraram que a erva possui atividade hipoglicemiante, capaz de melhorar a sensibilidade à insulina, o que valida a sua longa história de uso na medicina alternativa para o tratamento do diabetes. As propriedades hipoglicemiantes foram atribuídas aos glicosídeos encontrados nas partes aéreas do picão-preto.

Redução da hipertensão arterial

O extrato de picão-preto foi documentado como capaz de prevenir a hipertensão arterial em ratos com uma dieta rica em frutose e para diminuir a pressão alta e triglicérides. Em ratos hipertensos, a erva conseguiu produzir efeitos sobre a frequência cardíaca e volume de urina, vez que é rica em flavonoides, terpenos, fenilpropanoides, lipídios e benzenoides.

Contraindicações e efeitos colaterais do picão-preto

O uso do picão-preto não deve ser misturado com outros remédios diluidores do sangue, vez que a erva contem cumarinas. Pessoas sensíveis ou alérgicas à cafeína devem evitar o uso da planta. Diabéticos e hipertensos devem utilizar a planta apenas sob supervisão médica.

Curiosidades

O picão-preto é uma pequena erva que atinge até 1 metro de altura. Possui folhas brilhantes serrilhadas, bordas espinhosas e flores pequenas amareladas e frutos pretos. É uma planta nativa da Floresta Amazônica e outras áreas tropicais da América do Sul, África, Caribe e as Filipinas. A espécie Bidens pilosa faz parte da Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS), constituída de espécies vegetais com potencial de avançar nas etapas da cadeia produtiva e de gerar produtos de interesse do Ministério da Saúde do Brasil. Existem cerca de 240 espécies do gênero Bidens, que por sua faz parte da família Asteraceae.

Referências:
BARTOLOME, Arlene P.; VILLASEÑOR, Irene M.; YANG, Wen-Chin. Bidens pilosa L.(Asteraceae): botanical properties, traditional uses, phytochemistry, and pharmacology. Evidence-based complementary and alternative medicine, v. 2013, 2013.
Pereira, R. L., et al. “Immunosuppressive and anti-inflammatory effects of methanolic extract and the polyacetylene isolated from Bidens pilosa L.” Immunopharmacology. 1999; 43(1): 31–7.
XUAN, Tran Dang; KHANH, Tran Dang. Chemistry and pharmacology of Bidens pilosa: an overview. Journal of pharmaceutical investigation, v. 46, n. 2, p. 91-132, 2016.
BAIRWA, Khemraj et al. An updated review on Bidens pilosa L. Der Pharma Chemica, v. 2, n. 3, p. 325-337, 2010.