Trevo-amarelo: saiba para que serve o chá

Trevo-amarelo - Melilotus officinalis

Conheça os benefícios e propriedades medicinais do trevo-amarelo (Melilotus officinalis), planta também conhecida como loto-de-mel, trevo-doce e sweet clove.

ATUALIZADO EM Atualizado em 13/09/2022

O trevo-amarelo (Melilotus officinalis) é uma planta medicinal também conhecida como flor-de-feno, loto-de-mel, meliloto-amarelo, trevo-cheiroso, trevo-de-rei, trevo-doce, méliot (francês), sweet clover (inglês), dentre outros nomes populares. Inclui os sinônimos botânicos Melilotus arvensis e Melilotus caerula. O trevo-branco (Melilotus alba) possui as mesmas propriedades medicinais. Pertence à família Fabaceae.

Benefícios e propriedades medicinais do trevo-amarelo

O trevo-amarelo é amplamente conhecido em função das suas propriedades medicinais relacionadas ao tratamento de problemas de circulação sanguínea. Também age como tonificante dos sistemas circulatório e linfático. As suas propriedades vasodilatadoras o tornam indicada para casos de estase linfática e venosa (redução da velocidade da circulação ocorrem após a pessoa permanecer parada por longo período de tempo). Isso ocorre por causa das cumarinas presentes em excesso em sua composição, que atuam como vasodilatadoras.

O trevo-amarelo contribui para a drenagem linfática natural, vez que diminui a retenção de líquidos corporais. Além disso, gera a fluidez sanguínea, o que auxilia na circulação e alivia inchaço e cólicas. Apresenta ótimos resultados em casos de insônia causados por ansiedade ou excitabilidade. As cumarinas em sua composição química agem como calmantes diretamente no sistema nervoso central. O trevo-amarelo também possui indicações para casos de febre, infecções do trato urinário, má digestão, neuralgia, tosses, traumatismos, dentre outras condições de saúde. Em forma de pomada ou cataplasma, pode auxiliar no processo de cicatrização e tratamento de feridas, mastite e músculos doloridos. a Melilotus officinalis é composta quimicamente de ácido melilótico, derivados de coumarina, dicumarol, flavonoides, glicosídeo (meliotosida), dentre outras substâncias.

Dicumarol e Coumadin (Varfarina)

Quando é fermentado, o trevo-amarelo produz a substância dicumarol, um poderoso anticoagulante. A descoberta ocorreu na década de 1920, quando um surto de morte de bovinos ocorreu no Canadá e Estados Unidos. A maioria dos gados sofriam graves hemorragias ao passarem por alguns pequenos procedimentos simples, como a castração. Em 1921, Frank Schofield, um patologista veterinário, determinou que o gado estava ingerindo feno estragado composto de trevo-doce e que isso estava funcionando como um potente anticoagulante.

Em 1929, o veterinário LM Roderick demonstrou que a condição se devia à falta de funcionamento da protrombina (proteína plasmática inativa, precursora da trombina e essencial para a coagulação sanguínea). Em 1933, Karl Paul Link e seu laboratório de químicos da Universidade de Wisconsin, nos EUA, se esforçou para isolar e caracterizar o agente hemorrágico do feno estragado. Foram necessários cinco anos para que o complexo fosse caracterizado. O anticoagulante foi denominado dicumarol. O fato foi precursor da descoberta da droga Coumadin (varfarina).

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Chá de trevo-amarelo

Chá de trevo-amarelo

Chá de trevo-amarelo

O trevo-amarelo pode ser usado de forma externa e interna. A forma externa é caracterizada por cataplasmas, compressas e banhos. O modo interno de consumir a planta é por meio de seu chá medicinal. É indicada o consumo de três xícaras deste chá por dia, após as refeições principais. O chá de deste trevo-amarelo pode ser combinado com outras ervas como ginkgo biloba, hamamélis e laranja-amarga para proporcionar efeitos mais potentes sobre a circulação sanguínea.

Ingredientes

  • 2 colheres de folhas secas de trevo-amarelo.
  • 300 ml de água filtrada.

Modo de preparo

  • Ferva a água juntamente com as folhas por cerca de 10 minutos.
  • Após este tempo, desligue o fogo e coloque o chá em um recipiente fechado.
  • Deixe o chá descansar por cerca de 15 minutos.
  • Coe e o chá estará pronto para consumo.

Contraindicações e efeitos colaterais do trevo-amarelo

O uso é contraindicado para grávidas, mulheres em período de amamentação, crianças com idade inferior a doze anos e pessoas que façam uso de medicamentos anticoagulantes. Pacientes com insuficiência hepática devem consumir o chá somente após a orientação de um especialista. Doses excessivas podem causar efeitos adversos, incluindo dores de cabeça, problemas no fígado e vômitos.

História e curiosidades

O nome de gênero, Melilotus, deriva do nome latim para “loto-de-mel”. As folhas e flores secas da planta já foram usadas para encherem travesseiros e usada em sachês para repelir traças em roupas. As folhas e sementes da espécie Melilotus caerula são usadas para dar sabor ao queijo francês Gruyère e ao queijo suíço Schabzieger, como também a marinadas, recheios, tabaco e vodcas polonesas. As flores dos trevos são umas das preferidas das abelhas de mel.

A Melilotus officinalis é nativia Ásia Ocidental e Europa, sendo mais encontrada na região montanhosa próxima à costa, na Itália. Cresce em diversos lugares, de preferência em campos ensolarados, sem a necessidade de muita intervenção humana. Trata-se de uma planta herbácea que pode alcançar até um metro e meio de altura. Os caules são simples, ramificados e possuem o interior totalmente oco. As folhas são dividas em três folhas menores. As flores se aglomeram e possuem a cor amarela. As sementes deste trevo possuem cor esverdeada e formato oval.

Referências:
Laurence DR, Kneebone P (1973). Clinical Pharmacology. Edinburgh, London and New York: Churchill Livingstone. pp. 23.4–23.5. ISBN 978-0-443-04990-3.
Stahmann, Mark Arnold, Charles Ferdinand Huebner, and Karl Paul Link. “Studies on the hemorrhagic sweet clover disease. 5. Identification and synthesis of the hemorrhagic agent.” Journal of Biological Chemistry 138 (1941): 513-527.
Meliloto: 12 proprietà, benefici e modi d’uso. Naturopata Online.
Ghaderi-Far, F., Gherekhloo, J., & Alimagham, M. (2010). Influence of environmental factors on seed germination and seedling emergence of yellow sweet clover (Melilotus officinalis). Planta daninha, 28(3), 463-469.
Meliloto o Erba Vetturina.