O óleo de melaleuca, também conhecido como óleo de “árvore de chá” ou “tea tree oil”, é muito conhecido por suas poderosas propriedades antifúngicas, anti-inflamatórias, antissépticas e bactericidas. Desta forma, o óleo da melaleuca é considerado como uma excelente alternativa natural para combater diversas condições, tais como acne, artrite, candidíase, dor de garganta, micoses, placas dentárias e torsões.
O óleo de melaleuca é um produto natural de composição complexa, contendo mais de 40 componentes orgânicos. É composto de uma mistura de hidrocarbonetos terpênicos, principalmente monoterpenos, sesquiterpenos e de seus álcoois associados. Os principais componentes ativos são terpinen-4-ol, 1,8-cineol, gama-terpineno, p-cimeno e outros turpenos. Seu aroma é o de um desinfetante agradável. Para extrair o óleo vegetal de melaleuca, é feita uma maceração das folhas e galhos árvore em óleo vegetal.
Sendo amplamente utilizado em indicações terapêuticas, o óleo de melaleuca possui propriedades anti-inflamatórias e antimicrobianas potentes. Isso se deve principalmente ao seu ativo terpinen-4-ol, que age contra uma grande variedade de bactérias e fungos.
O óleo da árvore do chá é um excelente antifúngico e pode ser empregado para tratar Candida albicans, micose, onicomicose (infecções nas unhas), pé de atleta e sapinho. O óleo pode ser aplicado diretamente na área afetada ou diluído em creme. Para tratar candidíase, o óleo deve ser diluído em água para lavagens e irrigações nas zonas afetadas.
Como exemplo da sua eficácia contra fungos, um estudo publicado no Journal of Family Practice em 1994 comparou o tratamento de infecção nas unhas com uma solução farmacêutica de clotrimazol a 1% com o óleo de melaleuca 100% em 117 pacientes. Após seis meses, os dois grupos obtiveram resultados semelhantes, com a cultura do grupo do clotrimazol apresentando 11% de infecção e a do grupo do óleo da árvore do chá, 18%.
Estudos demonstraram que o óleo de melaleuca não apenas elimina microrganismos, mas também reduz a inflamação e diminui a dor causada por diversas condições. Desta forma, pode ser usado topicamente – inclusive para massagens – para aliviar artrite, bursite, eczema, gota, hemorroidas, joanetes, síndrome do túnel do carpo e torsões.
Diversas infecções da pele podem ser tratadas utilizando o óleo de melaleuca, vez que o óleo consegue penetrar a camada externa da pele, se misturando aos óleos corporais. Desta forma, podem ser aplicados em casos de acne, assaduras, calor espinhoso, cortes, feridas, furúnculos, hematomas, hera venenosa, picadas de insetos, piolhos, queimaduras em geral, resfriados, sarna, urticária.
Um estudo realizado na Austrália em 1990, analisou a eficácia do óleo de melaleuca contra acne em comparação ao peróxido de benzoíla. Conclui-se que que ambos medicamentos melhoraram a condição, contudo, o tratamento natural com óleo de melaleuca causou menos efeitos colaterais, incluindo ressecamento e vermelhidão da pele. Deste modo, o óleo da árvore de chá é útil ao ser adicionado em sabonetes ou aplicado de forma puro para melhorar as condições de acne.
A atividade do óleo de melaleuca contra bactérias resistentes a antibióticos tem sido alvo de grande interesse na ciência. Os estudos que ganharam mais atenção foram voltados à ação do óleo contra a bactéria Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA – do inglês methicillin-resistant Staphylococcus aureus), também chamado de “super bug” de hospital. Essa bactéria geralmente ataca pessoas com feridas. Por exemplo, indivíduos que estejam com o sistema imune enfraquecido e propensos a desenvolverem infecções pós-operatórias.
Um estudo em vitro realizado em uma universidade de Londres comparou a árvore de chá com o antibiótico vancomicina e concluiu que o primeiro é uma alternativa mais eficiente. Tal pesquisa corroborou um estudo prévio feito pelos cientistas australianos Thomas Riley e Christine Carson. Como consequência, alguns hospitais utilizam sabão contendo óleo de melaleuca, já que a disseminação do MRSA se dá principalmente pelas mãos.
Estudos posteriores com o óleo de melaleuca vaporizado mostraram que ele é também é capaz de inibir outras bactérias, como por exemplo Mycobacterium avium ATCC 4676, Escherichia coli, Haemophilus influenzae, Streptococcus pyogenes e Streptococcus pneumoniae.
As propriedades antimicrobianas e o cheiro agradável tornam o óleo de melaleuca um excelente produto de limpeza biodegradável. Sendo assim, pode ser utilizado como um desinfetante e perfumador de ambientes. Também pode ser adicionado para limpar roupas ou para eliminar o mofo dos ambientes.
O óleo de melaleuca é utilizado no tratamento complementar de doenças de pele, além de promover a beleza e saúde da pele em geral. O uso diluído do óleo nos poros beneficia condições de acne. Da mesma forma, o vapor facial aplicado aos poros ajuda a remover manchas causadas pela acne. Pode ser combinada com o óleo de Aloe vera para tratar fungos e micoses. O óleo da árvore-de-chá ajuda a curar tecidos irritados e regenerar a pele saudável. Misturado ao óleo de coco, ajuda a acalmar as células da epiderme, melhorando a condição de bolhas, descamação da pele e queimaduras.
Melaleuca alternifolia
Efeito antimicrobiano e anti-inflamatório
Composto de uma misutra de hidrocarbonetos terpênicos, principalmente monoterpenos, sesquiterpenos e de seus álcoois associados. Os principais componentes são: Terpinen-4-ol; gama-terpineno; alfa-terpineno; cineole; terpinoleno; cymene; pinene; terpineol; aromadendrene; candinene; limoneno; sabineno; globulol; viridiflorol.
Folhas e galhos.
Para tratar acne, caspa, micose, placas bacterianas ou seborreia, aplicar algumas gotas no local de interesse (cabelos, pele, unhas ou escova de dente) ou diluir em xampu, condicionador, creme ou pasta dental. Para tratar candidíase, algumas gotas do óleo devem ser diluídas em água para lavagens e irrigações nas zonas afetadas.
Inalar água fervente com óleo de melaleuca pode não apenas acalmar a tosse e o nariz entupido, mas impedir que uma infecção se espalhe. Além disso, fazer gargarejos com o óleo em um copo de água morna pode aliviar dores de garganta.
O óleo pode ser usado para combater placas bacterianas nos dentes. Para isso, recomenda-se adicionar um pouco do óleo à pasta de dente comum ou adicionar algumas gotas ao enxaguatório bucal. Tal procedimento ajuda não somente os dentes, mas também as gengivas.
Uso externo. Evitar contato com os olhos. Em caso de irritação, suspender o uso. Se os sintomas persistirem, procure um médico. Conservar em recipiente hermético protegido de umidade, ao abrigo de luz e calor.
Existem poucos efeitos adversos do uso tópico do óleo de melaleuca em baixas concentrações, sendo o mais comum a dermatite de contato. O óleo puro é contraindicado para bebês, crianças pequenas, mulheres grávidas e alguns animais de estimação. Em altas doses ou crônicas, pode ser tóxico para o fígado e rins.
Em 1998 e 1999, estudos de sensibilidade da pele conduzidos no Centro de Patologia e Pesquisa Médica da University of Western Australian mostraram que apenas três em 219 voluntários tiveram uma reação alérgica a apenas um ou dois ingredientes do óleo.
O óleo de melaleuca, também chamado de “árvore-de-chá”, pertence à família Myrtaceae e cresce principalmente em áreas de pântanos, próximas de rios. A espécie é originária da Austrália, sendo utilizada por milhares de anos pelo povo aborígene devido às suas propriedades antifúngicas e antissépticas. Somente em 1920, Arthur Penfold, um químico de Sydney, pesquisou sobre as propriedades antissépticas.
Em 1929, junto com F.R. Morrison, Penold publicou ‘‘Australian Tea Trees of Economic Value’’, conteúdo que deu início a várias outras pesquisas. O seu uso em kits de primeiros socorros na Segunda Guerra Mundial foi considerado essencial pelo governo australiano. Embora o aumento de antibióticos disponíveis no mercado tenha aumentado após a guerra, o óleo de melaleuca ainda é utilizado em diversos países, especialmente na Austrália.
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