Ipê-roxo: saiba para que serve o chá

Ipê-roxo - Tabebuia avellanedae

Conheça os benefícios, efeitos, indicações e propriedades do chá de ipê-roxo - Tabebuia avellanedae, planta medicinal também conhecida como ipê-flor-roxa.

ATUALIZADO EM Atualizado em 25/12/2022

O ipê-roxo é uma planta medicinal também conhecida popularmente pau-darco, tabebuia, ipê, ipê-preto, ipê-de-flor-roxa, flor-roxa, ipê-piranga, ipê-rosa, ipê-roxo-anão, ipê-uva, pau-d’arco-rosa, pau-darco-roxo, piúva, peúva, caboré, guaraíba e lapacho (devido a alta concentração da naftoquinona lapachol presente na planta). Inclui os sinônimos botânicos Tabebuia impetiginosa, Tabebuia avellanedae, Tecoma impetiginosa, Handroanthus impetiginosus, dentre outros. Pertence à família Bignoniaceae.

Benefícios gerais do ipê-roxo

É um laxante moderado. É usado na medicina alternativa para tratamento de câncer de cólon, próstata e pulmão e acredita-se que aumenta a produção de células vermelhas no sangue. Apresenta também ótimos resultados contra o parasita da malária. A substância química exibe atividade antibacteriana e efetividade contra bactérias Brucella. Pode ser aplicada pomada para lombriga. Embebida no pé para tratar pé-de-atleta e usada para qualquer infecção fungosa. Em doses controladas os ativos químicos do ipê-roxo podem revigorar o sistema imunológico, contudo, doses altas poderiam ocasionar justamente o contrário.

Benefícios do ipê-roxo no combate ao câncer

O ipê-roxo é utilizado na complementação de tratamentos de câncer de pulmão, próstata e cólon e, acredita-se que ele também aumenta a produção de células vermelhas no sangue. Pesquisas realizadas pelo Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos demonstraram que Tabebuia impetiginosa possui um efeito muito pronunciado sobre o câncer. Contudo, as doses orais alcançam níveis consideráveis no sangue, podendo causar alguns efeitos colaterais e, em função disso, o uso do medicamento natural contra o câncer foi interrompido em alguns pacientes.

Chá de ipê-roxo

O chá de ipê-roxo é preparado a partir da casca da árvore do ipê e seus principais constituintes ativos são flavonoides, naftoquinonas, quinonas e taninos. O chá do ipê roxo é consumido principalmente para melhor a condição de inflamações e úlceras gástricas, devido sua ação anti-inflamatória e cicatrizante, além de favorecer a reepitelização (etapa de cicatrização de um ferimento que se caracteriza no crescimento do epitélio ao redor da ferida), proliferação vascular e aumento de fibroblastos, mas também há evidências que comprovam que o ipê roxo atua como um laxante moderado e apresenta atividade antibacteriana, analgésica e cicatrizante.

Modo de preparo do chá de ipê-roxo

Preparar por decocção. Para 250 ml de água: Ferver por 5 minutos, desligar o fogo e deixar em contato com a água durante 15 minutos.

Sugestão de consumo

O chá de ipê-roxo deve ser ingerido até 12 horas após o preparo, não podendo ser reaquecido. Tomar uma xícara do chá, de manhã e à noite, podendo ser administrado de 1 a 3 vezes ao dia.

Composição do ipê-roxo

O ipê-roxo é composto de ácido lapáchico, alcaloides (tecomina), bário,  carnosol, coenzima Q-10, flavonoides, indóis, iodo, naftoquinonas (lapachol) e saponinas esteroidais. O lapachol é um pigmento amarelo cristalino que inibe o crescimento de células tumorais, impedindo os tumores de metabolizarem oxigênio.

Contraindicações e efeitos colaterais do ipê-roxo

O uso excessivo pode soltar os intestinos e resultar na perda de células vermelhas do sangue, podendo causar anemia. A anemia geralmente resulta em fadiga, pele fria e pálida, batimentos cardíacos e padrões respiratórios anormais. Associado com o lapachol, alguns efeitos colaterais podem incluir tonturas, náuseas, vômitos e diarreia.

História e curiosidades

O ipê-roxo é nativo da América do Sul e cresce em florestas tropicais e se encontra em extinção em seu habitat natural. A espécie Tabebuia avellanedae faz parte da Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS), constituída de espécies vegetais com potencial de avançar nas etapas da cadeia produtiva e de gerar produtos de interesse do Ministério da Saúde do Brasil.

Referências:
Cragg, Gordon M., and David J. Newman. “Plants as a source of anti-cancer agents.” Journal of ethnopharmacology 100.1 (2005): 72-79.
Cragg, Gordon M., et al. “Role of plants in the National Cancer Institute drug discovery and development program.” 1993. 80-95.
Mans, Dennis RA, Adriana B. Da Rocha, and Gilberto Schwartsmann. “Anti-cancer drug discovery and development in Brazil: targeted plant collection as a rational strategy to acquire candidate anti-cancer compounds.” The Oncologist 5.3 (2000): 185-198.