Cordia lutea Lam. A Cordia lutea é conhecida popularmente como amarelinha, amarelinha-da-praia ou muyuyo. É um arbusto ou árvore de pequeno porte da família Boraginaceae. É nativa da América do Sul, América Central e Caribe.
Cresce entre 2,5 e 7 metros de altura. Esta planta impressionante possui folhas ovais a elípticas. São pubescentes, com margens serrilhadas. Suas flores são amarelas vibrantes, grandes, dispostas em cachos terminais.
Possui uma história venerada na medicina popular de países como Peru e Equador. É utilizada há milênios. É conhecida por suas propriedades hepatoprotetoras, diuréticas e anti-inflamatórias. Suas flores são ricas em flavonoides.
História na Medicina Tradicional Andina
A amarelinha tem sido utilizada por povos andinos há séculos. É empregada no tratamento de doenças hepáticas. Isso inclui icterícia e hepatite. Também é usada para problemas renais.
Possui ação diurética. As folhas são aplicadas topicamente para inflamações. Isso inclui gengivas e garganta. O suco do fruto é usado para úlceras gástricas e cutâneas.
Composição Fitoquímica e Rutina
A Cordia lutea contém flavonoides, especialmente rutina. A rutina é abundante nas flores. Também contém quercetina e isorhamnetina. Estes são compostos bioativos.
Triterpenos como cordiosides A e B foram isolados das flores. Ácidos fenólicos como ácido clorogênico e cafeico também estão presentes. A planta não possui alcaloides pirrolizidínicos.
Estudos Científicos Modernos
Pesquisas recentes têm validado muitos usos tradicionais. Estudos demonstraram o efeito hepatoprotetor do extrato de flores. Reduziu danos hepáticos induzidos por paracetamol em ratos.
Apresenta atividade antioxidante significativa. Isso ocorre devido à presença de flavonoides. Há potencial quimiopreventivo contra câncer de próstata. Isso foi observado em estudos preliminares com ratos.
Potencial Antialérgico e Antimicrobiano
A Cordia lutea tem sido estudada por seu potencial antialérgico. Isso ocorre em combinação com outras plantas. Possui propriedades antimicrobianas gerais. Isso inclui atividade antiviral, antibacteriana e antifúngica.
Essas propriedades justificam seu uso tradicional. São empregadas no tratamento de infecções e inflamações. O extrato etanólico das flores é promissor.
Nomes Populares
Amarelinha, Amarelinha-da-praia, Muyuyo (Equador, Peru), Yellow Geiger Tree (inglês), Orange Cordia (inglês).
Sinônimos Botânicos da Cordia lutea
Cordia rotundifolia Ruiz & Pav.
Família
Boraginaceae

Ilustração botânica detalhada de Cordia lutea Lam. (amarelinha, muyuyo, yellow geiger tree), arbusto da família Boraginaceae, descrita por Lamarck em 1791. Mostra um ramo com folhas ovais a elípticas, pubescentes e serrilhadas, flores amarelas vibrantes de 5-7 pétalas em cachos terminais, e pequenos frutos esféricos, brancos e mucilaginosos. A ilustração é em estilo de enciclopédia botânica do século XIX, com tons terrosos suaves.
Partes Usadas
- Casca
- Flores
- Folhas
- Frutos
Usos Tradicionais
- Antialérgico (em combinação)
- Antibacteriano
- Antifúngico
- Antiviral
- Cicatrizante (para úlceras e feridas)
- Diurético
- Doenças hepáticas (icterícia, hepatite)
- Inflamações (gengivas, garganta)
- Problemas renais
- Úlceras gástricas e cutâneas
Propriedades Medicinais da Cordia lutea
- Antialérgico (reduz reações alérgicas)
- Antibacteriano (inibe o crescimento de bactérias)
- Antifúngico (combate infecções fúngicas)
- Antioxidante (combate radicais livres e estresse oxidativo)
- Antiviral (inibe a replicação de vírus)
- Cicatrizante (acelera a cura de feridas e úlceras)
- Diurético (aumenta a produção e eliminação de urina)
- Hepatoprotetor (protege o fígado contra danos)
- Quimiopreventivo (potencial contra câncer de próstata)
Preparações
- Decocção
- Extrato etanólico
- Infusão
- Suco (dos frutos)
- Tintura
Modo de Uso
Decocção de Folhas para Inflamações
Ferver 1 colher de sopa de folhas secas em 500 ml de água. Manter em fervura por 10 minutos. Coar e beber 2 xícaras ao dia.
Usar para inflamações da garganta ou como diurético. Não exceder 3 semanas de uso contínuo. Fazer pausa de 1 semana antes de repetir.
Extrato Etanólico de Flores para Hepatoproteção
Utilizar extrato padronizado de flores. Seguir dosagem recomendada pelo fabricante. Consultar profissional de saúde para uso.
Estudos indicam potencial hepatoprotetor. Pode auxiliar na recuperação de danos hepáticos. Não usar sem orientação médica.
Infusão de Flores para Antioxidante
Colocar 1 colher de sopa de flores secas em 1 xícara de água fervente. Deixar em infusão por 10 minutos. Coar e beber 2-3 xícaras ao dia.
Rica em rutina e outros flavonoides. Atua como potente antioxidante. Ajuda a combater radicais livres. Fortalece o sistema imunológico.
Suco dos Frutos para Úlceras Cutâneas
Extrair o suco dos frutos frescos. Aplicar diretamente sobre úlceras ou feridas na pele. Repetir 2-3 vezes ao dia.
O suco possui propriedades cicatrizantes. Também atua como desinfetante. Não aplicar em feridas muito profundas. Consultar médico em caso de infecção.
Tintura para Propriedades Gerais
Tomar 20-30 gotas de tintura diluídas em água. Ingerir 2-3 vezes ao dia. A tintura concentra os compostos bioativos da planta.
É eficaz para obter benefícios diuréticos e anti-inflamatórios. Consultar profissional de saúde antes de uso prolongado. Não exceder 3 semanas de uso contínuo.
Uso Tópico de Folhas para Gengivite
Macerar folhas frescas e aplicar sobre as gengivas inflamadas. Ou fazer bochechos com decocção das folhas. Repetir 2-3 vezes ao dia.
Ação anti-inflamatória local. Reduz inchaço e dor. Não engolir a decocção. Consultar dentista se a condição persistir.
Contraindicações e Efeitos Colaterais da Cordia lutea
Gestação e Lactação
O uso durante a gravidez é contraindicado. Não há estudos de segurança em gestantes. Pode haver risco de aborto ou complicações.
Também deve ser evitado durante a lactação. Não há dados sobre passagem para o leite materno. Consultar médico antes do uso.
Crianças
Não é recomendado para crianças menores de 12 anos. Faltam estudos de segurança pediátrica. A dosagem para crianças não está estabelecida.
Alergias
Pessoas sensíveis à família Boraginaceae podem apresentar reações alérgicas. Sintomas incluem coceira, vermelhidão e erupções cutâneas. Suspender uso imediatamente se ocorrerem reações.
Interações Medicamentosas
Não há interações medicamentosas bem estabelecidas. No entanto, a planta possui propriedades diuréticas. Pode potencializar efeitos de diuréticos sintéticos.
Consultar médico se estiver usando medicamentos regularmente. Sempre informar sobre o uso de fitoterápicos. Isso evita interações indesejadas.
Uso Prolongado
Não usar por mais de 3-4 semanas consecutivas sem orientação profissional. O uso prolongado pode causar desequilíbrios. Fazer pausas de 1-2 semanas entre ciclos de tratamento.
Fitoquímicos da Cordia lutea
- Ácido cafeico
- Ácido clorogênico
- Cordiosides A e B (triterpenos)
- Flavonoides (rutina, quercetina, isorhamnetina)
- Linolenic acid
- Mucilagem
- Secocycloartane glycosides
Curiosidades
Nome e Origem
O nome Cordia homenageia o botânico alemão Euricius Cordus. O epíteto lutea significa “amarelo” em latim. Refere-se às suas flores vibrantes. É nativa de regiões costeiras do Pacífico.
Isso inclui Equador, Peru e Ilhas Galápagos. Também é encontrada na América Central e Caribe. Adapta-se bem a climas tropicais e subtropicais.
Frutos Comestíveis e Pegajosos
Os frutos da amarelinha são comestíveis. Possuem polpa mucilaginosa e pegajosa. São consumidos crus ou usados em bebidas e geleias. No Equador, são chamados de muyuyo.
A mucilagem dos frutos é usada como cola natural. Também é empregada para fazer armadilhas para pássaros. A doçura e textura são apreciadas localmente.
Planta Ornamental e Ecológica
A Cordia lutea é amplamente cultivada como planta ornamental. Suas flores amarelas atraem beija-flores e borboletas. É resistente à seca e à salinidade.
É ideal para paisagismo em regiões costeiras. Contribui para a biodiversidade local. Fornece alimento e abrigo para a fauna.
Ausência de Alcaloides Pirrolizidínicos
Um estudo de 2015 confirmou a ausência de alcaloides pirrolizidínicos na Cordia lutea. Estes compostos são hepatotóxicos. São encontrados em outras espécies de Boraginaceae.
A ausência desses alcaloides é importante. Confere maior segurança ao uso medicinal da planta. Diferencia-a de outras espécies do gênero.
Potencial para Câncer de Próstata
Estudos preliminares em ratos indicaram potencial quimiopreventivo. O extrato de flores de Cordia lutea teve efeito protetor. Isso ocorreu contra o câncer de próstata induzido.
Este é um campo promissor para futuras pesquisas. Pode levar ao desenvolvimento de novos tratamentos. A planta merece mais atenção científica.
Perguntas Frequentes sobre Amarelinha
A Amarelinha é Segura para o Fígado?
Sim, estudos preliminares sugerem que o extrato de flores de amarelinha possui propriedades hepatoprotetoras. Pode proteger o fígado contra danos. É tradicionalmente usada para icterícia e hepatite.
No entanto, sempre consulte um profissional de saúde. Isso é importante antes de usar para tratar condições hepáticas. A automedicação não é recomendada.
Posso Consumir os Frutos da Amarelinha?
Sim, os frutos da amarelinha são comestíveis. Possuem polpa mucilaginosa e sabor adocicado. São consumidos crus ou usados em bebidas e geleias. São uma fonte de nutrientes.
A mucilagem também é usada como cola natural. Certifique-se de que a planta foi corretamente identificada. Isso garante que não é uma espécie tóxica.
A Amarelinha Ajuda na Inflamação das Gengivas?
Sim, o uso tópico das folhas da amarelinha é tradicionalmente empregado. É usado para tratar inflamações das gengivas. Pode-se macerar as folhas ou fazer bochechos com a decocção.
A planta possui propriedades anti-inflamatórias. Reduz o inchaço e a dor. Consulte um dentista se a condição persistir. Isso é importante para um diagnóstico correto.
A Amarelinha Tem Propriedades Diuréticas?
Sim, a amarelinha é conhecida por suas propriedades diuréticas. É usada tradicionalmente para problemas renais e retenção de líquidos. Aumenta a produção e eliminação de urina.
Isso ajuda a “lavar” os rins. Pode auxiliar na prevenção de cálculos renais. Consulte um médico se estiver usando diuréticos sintéticos. Isso evita interações indesejadas.
É Verdade Que a Amarelinha Não Contém Alcaloides Tóxicos?
Sim, estudos fitoquímicos confirmaram a ausência de alcaloides pirrolizidínicos na Cordia lutea. Estes alcaloides são hepatotóxicos. São encontrados em outras espécies da família Boraginaceae.
A ausência desses compostos confere maior segurança ao uso medicinal da amarelinha. É uma característica importante. Diferencia-a de outras plantas tóxicas.
A Amarelinha Pode Ser Usada Contra o Câncer de Próstata?
Estudos preliminares em ratos indicaram um potencial quimiopreventivo. O extrato de flores de amarelinha mostrou efeito protetor contra o câncer de próstata induzido. Este é um campo promissor.
No entanto, são necessárias mais pesquisas. Isso inclui estudos em humanos. Não substitui tratamentos médicos convencionais. Sempre consulte um oncologista.