Solanum mammosum (Peito-de-Vênus): Guia Científico

A Solanum mammosum, conhecida popularmente como Peito-de-Vênus ou Maçã-de-Sodoma, é uma planta fascinante e controversa da família Solanaceae. Nativa da América do Sul, esta espécie é imediatamente reconhecida por seus frutos amarelos e cerosos, cuja forma bizarra se assemelha a um úbere de vaca ou a múltiplos seios, uma característica que lhe rendeu nomes populares sugestivos e a tornou uma curiosidade botânica global.

Apesar de seu apelo ornamental, especialmente em arranjos florais asiáticos durante o Ano Novo Lunar, a planta é um exemplo clássico da dualidade presente no gênero Solanum: um repositório de potentes alcaloides esteroidais com vasto potencial farmacológico, mas também com uma toxicidade que exige respeito e cautela.

Historicamente, a S. mammosum tem sido empregada em diversas medicinas tradicionais ao redor do mundo, principalmente para uso tópico. No Peru, extratos do fruto são usados para tratar infecções fúngicas e problemas respiratórios, enquanto em Belize, as folhas e frutos são aplicados contra pé de atleta. Seu uso como detergente natural, devido à presença de saponinas, também é documentado entre povos indígenas da Colômbia e Equador.

Contudo, a ciência moderna tem se aprofundado na análise de seus compostos, como a solamargina e a solasonina, revelando atividades antifúngicas, antibacterianas e, mais notavelmente, anticâncer. Este guia completo explora a complexa fitoquímica, os usos etnobotânicos, as propriedades medicinais e as importantes precauções de segurança associadas a esta planta extraordinária, equilibrando seu legado tradicional com as descobertas científicas mais recentes.

Navegue por tópicos mostrar

Nomes Populares

  • Português: Peito-de-Vênus, Maçã-de-Sodoma, Teta-de-Vaca
  • Inglês: Nipple Fruit, Apple of Sodom, Cow’s Udder, Fox Head
  • Espanhol: Teta de Vaca, Ubre de Vaca, Chucho de Vaca

Família Botânica

Solanum mammosum L. (Solanaceae) é uma erva robusta ou arbusto anual ou perene de curta duração, de 0,4 a 1 metro de altura. Caule ereto, ramificado, verde-acinzentado, coberto por tricomas estrelados e espinhos. Folhas alternadas, simples, ovadas a oblongas, de 5-10 cm × 4,5-9,5 cm, densamente peludas, com espinhos nas nervuras. Inflorescências em cimas escorpioides com 2-4 flores. Flores actinomorfas, hermafroditas, corola violeta a roxa, 1,8 cm de diâmetro, profundamente 5-lobada, anteras amarelas proeminentes. Fruto é uma baga piriforme de 4,5-5,5 cm, com 4-5 protuberâncias papilares na base, amarelo-brilhante quando maduro, polpa branca esponjosa com numerosas sementes pequenas. Nativa da América do Sul (Brasil, Colômbia, Equador, Peru), naturalizada em regiões tropicais e subtropicais da Ásia, África e Oceania. Sinônimos botânicos: Solanum platanifolium Sims, Solanum mammosum var. albiflorum Dunal. PLANTA TÓXICA: Contém alcaloides esteroidais (solanina, solamargina, solasonina). Dose tóxica: 20 mg de solanina.

Solanum mammosum L. (Solanaceae) é uma erva robusta ou arbusto anual ou perene de curta duração, de 0,4 a 1 metro de altura. Caule ereto, ramificado, verde-acinzentado, coberto por tricomas estrelados e espinhos. Folhas alternadas, simples, ovadas a oblongas, de 5-10 cm × 4,5-9,5 cm, densamente peludas, com espinhos nas nervuras. Inflorescências em cimas escorpioides com 2-4 flores. Flores actinomorfas, hermafroditas, corola violeta a roxa, 1,8 cm de diâmetro, profundamente 5-lobada, anteras amarelas proeminentes. Fruto é uma baga piriforme de 4,5-5,5 cm, com 4-5 protuberâncias papilares na base, amarelo-brilhante quando maduro, polpa branca esponjosa com numerosas sementes pequenas. Nativa da América do Sul (Brasil, Colômbia, Equador, Peru), naturalizada em regiões tropicais e subtropicais da Ásia, África e Oceania. Sinônimos botânicos: Solanum platanifolium Sims, Solanum mammosum var. albiflorum Dunal. PLANTA TÓXICA: Contém alcaloides esteroidais (solanina, solamargina, solasonina). Dose tóxica: 20 mg de solanina.

A Solanum mammosum pertence à família Solanaceae, uma das mais importantes e diversas famílias de plantas com flores. Conhecida como a família das beladonas, a Solanaceae inclui mais de 2.500 espécies distribuídas em cerca de 90 gêneros. Esta família é de extrema relevância econômica e cultural, pois abrange algumas das culturas alimentares mais importantes do mundo, como a batata (Solanum tuberosum), o tomate (Solanum lycopersicum), a berinjela (Solanum melongena) e os pimentões (gênero Capsicum).

Ao mesmo tempo, a família é notória por conter plantas extremamente venenosas e psicoativas, como a beladona (Atropa belladonna), o meimendro (Hyoscyamus niger) e o tabaco (Nicotiana tabacum). A característica unificadora da família é a produção de uma vasta gama de alcaloides, como os tropânicos (atropina, escopolamina) e os esteroidais (solanina, solamargina), que servem como mecanismos de defesa química e são a base de muitas de suas propriedades medicinais e tóxicas.

Flores e Detalhes Botânicos

As flores da Solanum mammosum são solitárias ou aparecem em pequenos grupos de 2-4 flores, dispostas em cimas escorpioides que surgem nas axilas das folhas. Cada flor é actinomorfa (radialmente simétrica) e hermafrodita, medindo cerca de 1,8 cm de diâmetro. A corola é gamopétala (pétalas fusionadas), de cor violeta a roxa intensa, profundamente dividida em 5 lobos que se abrem em forma de estrela.

No centro da flor, destacam-se as anteras amarelo-brilhantes, que são proeminentes e afilam-se em um ápice subulado delgado, característico do gênero Solanum. O cálice é verde, frequentemente coberto por pelos e espinhos. A polinização é realizada principalmente por abelhas, que são atraídas pela cor vibrante e pelo pólen abundante. Após a polinização bem-sucedida, o ovário se desenvolve no fruto característico da espécie. A transição da delicada flor roxa para o fruto amarelo bizarro é um espetáculo botânico que demonstra a versatilidade e a complexidade reprodutiva desta planta da família Solanaceae.

Partes Usadas

  • Folhas
  • Frutos (principalmente para uso externo)
  • Óleo das sementes
  • Raízes

Usos Etnobotânicos e Tradicionais

  • Anti-asmático (óleo das sementes)
  • Anti-inflamatório (óleo das sementes)
  • Constipação (óleo das sementes)
  • Detergente natural (suco do fruto)
  • Distúrbios respiratórios (uso tópico no Peru)
  • Dor de dente (suco do fruto)
  • Elefantíase (polpa do fruto)
  • Escabiose (fruto na Bolívia)
  • Feridas, úlceras e hemorroidas (polpa do fruto)
  • Infecções fúngicas (uso tópico no Peru)
  • Parar sangramento (fruto)
  • Pé de atleta (folhas e frutos em Belize)
  • Problemas de pele (folhas)
  • Repelente de insetos (fruto)

Propriedades Medicinais

  • Analgésico (alivia a dor)
  • Antibacteriano (combate bactérias)
  • Anticâncer (citotóxico e antiproliferativo em estudos in vitro)
  • Antifúngico (combate fungos)
  • Anti-helmíntico (elimina vermes e parasitas intestinais)
  • Anti-inflamatório (reduz inflamação)
  • Antimalárico (combate o parasita da malária)
  • Antipirético (reduz febre)
  • Antiviral (combate vírus)
  • Cardioprotetor (protege o coração)
  • Cicatrizante (acelera a cura de feridas)
  • Hepatoprotetor (protege o fígado)
  • Imunomodulador (regula o sistema imunológico)
  • Inseticida e Larvicida (mata insetos e suas larvas)
  • Moluscicida (elimina moluscos e caramujos)
  • Neuroprotetor (protege células nervosas)

Sinergia com Outras Plantas

Solanum mammosum L. (Solanaceae) é uma erva robusta ou arbusto que pode atingir até 1 metro de altura. A planta possui caules e ramos peludos e espinhosos, cobertos por tricomas estrelados. As folhas são simples, alternadas, ovadas a oblongas, de 5-10 cm de comprimento e 4,5-9,5 cm de largura, densamente peludas e com espinhos ao longo das nervuras em ambas as superfícies. As inflorescências são cimas escorpioides com 2-4 flores. As flores são actinomorfas, hermafroditas, com corola violeta ou roxa de cerca de 1,8 cm de diâmetro, profundamente 5-lobada, e anteras amarelas proeminentes que afilam em ápice subulado. O fruto é uma baga piriforme de 4,5-5,5 cm de comprimento, com 4-5 protuberâncias papilares na base que lembram mamilos ou um úbere de vaca, característica que dá nome à espécie. Os frutos são verdes quando imaturos e tornam-se amarelo-brilhantes quando maduros, com uma textura cerosa. A polpa é branca e esponjosa, contendo numerosas sementes pequenas e achatadas. Toda a planta é venenosa devido à presença de alcaloides esteroidais (solanina, solamargina, solasonina).

Solanum mammosum L. (Solanaceae) é uma erva robusta ou arbusto que pode atingir até 1 metro de altura. A planta possui caules e ramos peludos e espinhosos, cobertos por tricomas estrelados. As folhas são simples, alternadas, ovadas a oblongas, de 5-10 cm de comprimento e 4,5-9,5 cm de largura, densamente peludas e com espinhos ao longo das nervuras em ambas as superfícies. As inflorescências são cimas escorpioides com 2-4 flores. As flores são actinomorfas, hermafroditas, com corola violeta ou roxa de cerca de 1,8 cm de diâmetro, profundamente 5-lobada, e anteras amarelas proeminentes que afilam em ápice subulado. O fruto é uma baga piriforme de 4,5-5,5 cm de comprimento, com 4-5 protuberâncias papilares na base que lembram mamilos ou um úbere de vaca, característica que dá nome à espécie. Os frutos são verdes quando imaturos e tornam-se amarelo-brilhantes quando maduros, com uma textura cerosa. A polpa é branca e esponjosa, contendo numerosas sementes pequenas e achatadas. Toda a planta é venenosa devido à presença de alcaloides esteroidais (solanina, solamargina, solasonina).

Solanum mammosum e Calêndula (Calendula officinalis) ★★★★★

A calêndula é uma das plantas mais seguras e eficazes para a pele. Sua ação anti-inflamatória, cicatrizante e antimicrobiana complementa a potente atividade antifúngica da S. mammosum. Uma pomada ou cataplasma combinando um extrato muito diluído de S. mammosum com um extrato concentrado de calêndula poderia ser usada para tratar infecções fúngicas persistentes, como pé de atleta, sob supervisão profissional.

Solanum mammosum e Óleo de Melaleuca (Melaleuca alternifolia) ★★★★☆

O óleo essencial de melaleuca (tea tree) é um antifúngico e antisséptico de amplo espectro. Algumas gotas de óleo de melaleuca podem ser adicionadas a uma preparação tópica contendo S. mammosum para potencializar o efeito contra fungos e prevenir infecções bacterianas secundárias. A combinação é estritamente para uso externo.

Solanum mammosum e Babosa (Aloe vera) ★★★☆☆

A babosa oferece uma base calmante e hidratante que pode mitigar a potencial irritação causada pelos alcaloides da S. mammosum. O gel de Aloe vera pode servir como veículo para um extrato diluído da planta, ajudando na cicatrização e reduzindo a inflamação, enquanto a S. mammosum ataca o patógeno.

Solanum mammosum e Cúrcuma (Curcuma longa) ★★☆☆☆

A cúrcuma é um potente anti-inflamatório. Em forma de cataplasma, a combinação de cúrcuma em pó com um extrato de S. mammosum poderia ser usada para tratar inchaços e dores reumáticas, unindo a ação anti-inflamatória de ambas as plantas. No entanto, a cúrcuma mancha a pele de amarelo.

Solanum mammosum e Neem (Azadirachta indica) ★★★★☆

O neem é outra planta com fortes propriedades antifúngicas, antibacterianas e inseticidas. A combinação de extratos de neem e S. mammosum poderia criar uma poderosa formulação para uso agrícola como pesticida natural ou para tratar infecções de pele severas em animais, sob orientação veterinária.

Composição Científica (Fitoquímicos)

  • Alcaloides Esteroidais (Glicoalcaloides) (principais compostos bioativos e tóxicos)
  • Catequinas (antioxidante)
  • Diosgenina (precursor de hormônios esteroides)
  • Flavanonas (antioxidante)
  • Fenóis Simples (antioxidante)
  • Fitoesteróis (redução de colesterol)
  • Glicosídeos Cianogênicos (composto de defesa)
  • Indiosídeo D (furostanol glicosídeo com atividade anticâncer)
  • Protodioscina (saponina esteroidal)
  • Pseudoprotodioscina (saponina esteroidal)
  • Saponinas (propriedades detergentes e antifúngicas)
  • Solamargina (glicoalcaloide com atividade antifúngica e anticâncer)
  • Solanina (glicoalcaloide tóxico)
  • Solasonina (glicoalcaloide com atividade anticâncer)
  • Taninos (adstringente)
  • Triterpenos (compostos com diversas atividades biológicas)

Contraindicações e Precauções

Planta Altamente Tóxica

A Solanum mammosum é considerada uma planta venenosa e não deve ser ingerida sob nenhuma circunstância. Todas as partes da planta, especialmente os frutos verdes, contêm uma alta concentração de alcaloides esteroidais (solanina, solamargina, solasonina) que são tóxicos para humanos e animais. A ingestão pode causar graves distúrbios gastrointestinais, neurológicos e, em casos extremos, insuficiência respiratória e morte.

Uso Estritamente Externo e com Cautela

Mesmo o uso tópico deve ser feito com extrema cautela e, preferencialmente, sob a orientação de um profissional qualificado. Os alcaloides podem ser absorvidos pela pele e causar irritação, dermatite ou reações alérgicas. Nunca aplique em pele ferida ou membranas mucosas sem supervisão.

Gravidez e Lactação

O uso é absolutamente contraindicado durante a gravidez e a amamentação. Os alcaloides, como a solasodina, são teratogênicos, o que significa que podem causar malformações no feto.

Crianças e Animais de Estimação

Mantenha a planta e seus frutos longe do alcance de crianças e animais de estimação. A aparência curiosa e colorida dos frutos pode ser um atrativo perigoso. O envenenamento acidental é um risco real.

Interação Medicamentosa

Devido à sua toxicidade e à falta de estudos de segurança, não há informações sobre interações medicamentosas. No entanto, a teoria sugere que os alcaloides podem interferir com medicamentos que atuam no sistema nervoso central e cardiovascular.

Modo de Uso (Receitas)

Os frutos da Solanum mammosum são, sem dúvida, a característica mais marcante e reconhecível da planta. São bagas piriformes (em forma de pera) que medem de 4,5 a 5,5 cm de comprimento, com uma base que apresenta 4 a 5 protuberâncias papilares que se assemelham notavelmente a mamilos ou a um úbere de vaca, daí os nomes populares "Peito-de-Vênus", "Teta-de-Vaca" e "Nipple Fruit". Os frutos imaturos são verdes e extremamente tóxicos, contendo altas concentrações de alcaloides esteroidais. À medida que amadurecem, adquirem uma cor amarelo-ouro brilhante e uma textura cerosa que os torna visualmente atraentes. Apesar de sua beleza, os frutos permanecem venenosos mesmo quando maduros e não devem ser consumidos. A polpa interna é branca, esponjosa e contém numerosas sementes pequenas e achatadas. Na Ásia, especialmente na China e em Taiwan, os frutos são amplamente usados em arranjos florais decorativos, particularmente durante as celebrações do Ano Novo Lunar, onde são amarrados a varas de bambu em forma de pirâmide, simbolizando longevidade e harmonia familiar. A forma bizarra e a cor vibrante dos frutos fazem da S. mammosum uma planta ornamental de grande apelo, embora seu cultivo deva ser feito com extrema cautela devido à sua toxicidade.

Os frutos da Solanum mammosum são, sem dúvida, a característica mais marcante e reconhecível da planta. São bagas piriformes (em forma de pera) que medem de 4,5 a 5,5 cm de comprimento, com uma base que apresenta 4 a 5 protuberâncias papilares que se assemelham notavelmente a mamilos ou a um úbere de vaca, daí os nomes populares “Peito-de-Vênus”, “Teta-de-Vaca” e “Nipple Fruit”. Os frutos imaturos são verdes e extremamente tóxicos, contendo altas concentrações de alcaloides esteroidais. À medida que amadurecem, adquirem uma cor amarelo-ouro brilhante e uma textura cerosa que os torna visualmente atraentes. Apesar de sua beleza, os frutos permanecem venenosos mesmo quando maduros e não devem ser consumidos. A polpa interna é branca, esponjosa e contém numerosas sementes pequenas e achatadas. Na Ásia, especialmente na China e em Taiwan, os frutos são amplamente usados em arranjos florais decorativos, particularmente durante as celebrações do Ano Novo Lunar, onde são amarrados a varas de bambu em forma de pirâmide, simbolizando longevidade e harmonia familiar. A forma bizarra e a cor vibrante dos frutos fazem da S. mammosum uma planta ornamental de grande apelo, embora seu cultivo deva ser feito com extrema cautela devido à sua toxicidade.

AVISO: As receitas a seguir são baseadas em usos tradicionais e destinam-se APENAS PARA USO EXTERNO. Não ingira nenhuma preparação. Use luvas ao manusear a planta.

Cataplasma Antifúngico para Pé de Atleta

Ingredientes

  • 1 fruto maduro (amarelo) de Solanum mammosum
  • 5 folhas frescas de Calêndula (Calendula officinalis)
  • Argila verde (o suficiente para dar consistência)

Modo de Preparo

  1. Amasse o fruto da S. mammosum e as folhas de calêndula juntos em um pilão até formar uma pasta.
  2. Adicione a argila verde aos poucos, misturando bem, até obter uma consistência espessa que não escorra.

Como Usar

Aplique uma camada fina da cataplasma sobre a área afetada (pés limpos e secos) à noite, antes de dormir. Cubra com uma gaze e deixe agir durante a noite. Lave bem pela manhã. Repita por 3 a 5 dias. Interrompa o uso se ocorrer qualquer irritação na pele.

Solução para Bochecho (NÃO ENGOLIR) para Dores de Dente

Ingredientes

  • 1/4 de um fruto maduro de Solanum mammosum
  • 1 xícara de água (250 ml)
  • 1 colher de chá de sal

Modo de Preparo

  1. Ferva a água.
  2. Adicione o pedaço do fruto e o sal.
  3. Deixe ferver em fogo baixo por 5 minutos.
  4. Desligue o fogo, tampe e deixe amornar.
  5. Coe o líquido, descartando o fruto.

Como Usar

Use a solução morna para fazer bochechos vigorosos por 30-60 segundos, focando no lado da dor de dente. **CUSPA TUDO. NÃO ENGULA EM HIPÓTESE ALGUMA.** Este preparo é baseado no uso tradicional para aliviar a dor temporariamente e não substitui a consulta a um dentista.

Spray Repelente de Insetos para Ambientes

Ingredientes

  • 1 fruto maduro de Solanum mammosum cortado em pedaços
  • 500 ml de álcool de cereais
  • 10 gotas de óleo essencial de citronela

Modo de Preparo

  1. Coloque os pedaços do fruto em um frasco de vidro escuro e cubra com o álcool de cereais.
  2. Feche bem e deixe macerar por 15 dias, agitando o frasco diariamente.
  3. Após esse período, coe o líquido, descarte os pedaços do fruto e adicione o óleo essencial de citronela.
  4. Transfira para um frasco com borrifador.

Como Usar

Borrife nos cantos de ambientes, em volta de janelas e portas para afastar insetos. Não aplique diretamente na pele, em tecidos delicados ou em superfícies que possam manchar. Mantenha fora do alcance de crianças e animais.

Curiosidades

O Fruto Ornamental do Ano Novo Chinês

Apesar de sua toxicidade, a Solanum mammosum é amplamente cultivada na Ásia, especialmente na China e em Taiwan, como uma planta ornamental. Seus frutos amarelos e brilhantes são usados em arranjos florais e decorações durante o Ano Novo Lunar. O nome chinês “五代同堂茄” (Wǔ dài tóng táng qié) se traduz como “cinco gerações juntas sob o mesmo teto”, simbolizando longevidade e harmonia familiar, uma bênção desejada para o novo ano.

Fonte de Precursores para a Indústria Farmacêutica

A solasodina, um dos alcaloides presentes na planta, é um importante precursor na síntese de hormônios esteroides, como a progesterona e a cortisona. Durante a década de 1970, a S. mammosum foi estudada como uma potencial cultura comercial nos trópicos para a produção de solasodina, competindo com o inhame (gênero Dioscorea) como matéria-prima para a indústria farmacêutica.

Um Detergente Natural

O suco dos frutos é rico em saponinas, compostos que produzem espuma e têm propriedades detergentes. Povos indígenas como os Kofan, na Colômbia e no Equador, tradicionalmente usam o suco para lavar roupas, uma alternativa natural e biodegradável aos sabões sintéticos, semelhante ao uso da noz de sabão (Sapindus saponaria).

A “Maçã de Sodoma” Bíblica?

O nome “Maçã de Sodoma” é frequentemente associado à S. mammosum, mas essa é uma confusão comum. A verdadeira Maçã de Sodoma mencionada em textos históricos, incluindo a Bíblia, é provavelmente a Calotropis procera, uma planta do deserto cujo fruto, quando espremido, libera um pó e ar, simbolizando algo belo por fora mas vazio por dentro. A S. mammosum herdou o nome por sua aparência atraente e natureza não comestível.

Arma Química da Natureza

Os glicoalcaloides esteroidais, como a solamargina e a solasonina, não são produzidos pela planta por acaso. Eles são uma sofisticada arma química de defesa contra herbívoros, insetos e patógenos fúngicos e bacterianos. A toxicidade que nos assusta é, na verdade, o sistema imunológico da planta em ação, uma estratégia de sobrevivência aprimorada ao longo de milhões de anos de evolução.

Perguntas Frequentes (FAQ)

A Solanum mammosum é comestível?

Não, em hipótese alguma. A planta é tóxica e não deve ser consumida. A ingestão pode levar a graves problemas de saúde, incluindo distúrbios gastrointestinais e neurológicos. O seu uso é primariamente ornamental e, em algumas culturas, medicinal para aplicação estritamente externa.

Por que o fruto tem esse formato estranho?

A forma incomum do fruto, com protuberâncias que lembram mamilos ou um úbere, é resultado da genética da planta. Acredita-se que essa morfologia bizarra possa ser uma estratégia evolutiva para atrair dispersores de sementes específicos ou, inversamente, para sinalizar sua toxicidade a potenciais herbívoros de forma inequívoca.

Posso cultivar Solanum mammosum em casa?

Sim, é possível cultivá-la como planta ornamental em climas quentes (zonas de robustez USDA 11-12). Ela prefere sol pleno e solos bem drenados e ricos em matéria orgânica. No entanto, devido à sua alta toxicidade, o cultivo não é recomendado em lares com crianças pequenas ou animais de estimação curiosos.

Qual a diferença entre solanina, solasonina e solamargina?

São todos glicoalcaloides esteroidais encontrados em plantas do gênero Solanum. Eles compartilham uma estrutura de esqueleto esteroidal (a aglicona, como a solasodina), mas diferem nos açúcares ligados a ela. Embora todos sejam tóxicos em altas doses, estudos mostram que a solamargina e a solasonina têm atividades anticâncer e antifúngicas mais pronunciadas do que a solanina.

O uso tópico da planta é seguro?

Não é considerado seguro sem orientação profissional. Embora usada tradicionalmente para problemas de pele, os alcaloides podem ser absorvidos e causar irritação ou reações alérgicas. O uso em pele ferida aumenta o risco de toxicidade sistêmica. Qualquer uso medicinal deve ser supervisionado por um especialista em fitoterapia ou um profissional de saúde qualificado.

Como a S. mammosum atua contra o câncer?

Estudos in vitro mostram que glicoalcaloides como a solamargina e o indiosídeo D podem induzir a apoptose (morte celular programada) em várias linhagens de células cancerígenas, incluindo células de hepatoma (câncer de fígado) e HeLa (câncer cervical). Eles agem danificando a membrana celular das células tumorais e ativando vias de sinalização que levam à sua autodestruição. No entanto, esses estudos são preliminares e não significam que a planta possa ser usada como tratamento contra o câncer em humanos.

Referências Científicas

  1. Aleman, R. S., et al. (2023). Chemical Characterization and Impact of Nipple Fruit (Solanum mammosum) on the Characteristics of Lactobacillus acidophilus LA K. Fermentation, 9(8), 715. https://www.mdpi.com/2311-5637/9/8/715
  2. Cabanillas, B., et al. (2021). Pharmacological validation of Solanum mammosum L. as antifungal. Journal of Ethnopharmacology, 279, 114373. https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0378874121007029
  3. Chidambaram, K., et al. (2022). Medicinal Plants of Solanum Species: The Promising Sources of Phyto-Insecticidal Compounds. Journal of Tropical Medicine, 2022, 4952221. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC9519333/
  4. Telek, L., et al. (1977). Solanum mammosum as a source of solasodine in the lowland tropics. Economic Botany, 31, 121–128. https://link.springer.com/article/10.1007/BF02866581
  5. Delbrouck, J. A., et al. (2023). The Therapeutic Value of Solanum Steroidal (Glyco)Alkaloids: A 10-Year Comprehensive Review. Molecules, 28(13), 4957. https://www.mdpi.com/1420-3049/28/13/4957
  6. Hospital Authority Hong Kong. (2025). Atlas of Poisonous Plants in Hong Kong – Solanum mammosum. https://www3.ha.org.hk/toxicplant/en/solanum_mammosum.html
  7. Lim, T. K. (2012). Solanum mammosum. In: Edible Medicinal And Non-Medicinal Plants: Volume 6, Fruits. Springer, Dordrecht. https://link.springer.com/chapter/10.1007/978-94-007-5628-1_42
  8. Yang, R. Y., & Ojiewo, C. (2013). African nightshades and African eggplants: Taxonomy, crop management, utilization, and phytonutrients. In: African Natural Plant Products Volume II: Discoveries and Challenges in Chemistry, Health, and Nutrition (pp. 135-158). ACS Publications. https://pubs.acs.org/doi/abs/10.1021/bk-2013-1127.ch011