O melão-amargo (Momordica charantia) é uma planta medicinal também conhecida como melão-de-São-Caetano, erva-de-São-Caetano, melãozinho, fruto-negro, balsamina (espanhol), pomme de merveille (francês), papailla, balsam pear e bitter melon (inglês), dentre outros nomes populares.
Benefícios do melão-amargo
Na Amazônia, as populações locais e tribos indígenas cultivam o melão-amargo para utilizá-lo como alimento e medicamento. Medicinalmente, a planta tem uma longa história de uso pelos povos indígenas amazônicos. O chá da folha do melão-amargo é utilizado para diabetes, expelir gases intestinais, promover a menstruação, e como um antiviral contra sarampo, hepatite e febre. É usada para induzir o aborto e como afrodisíaco. No México, toda a erva é usada para diabetes e disenteria, sendo a raiz um afrodisíaco e estimulante renomado.
Na medicina herbal brasileira, o melão-de-São-Caetano é utilizado para tratar tumores, feridas, reumatismo, malária, corrimento vaginal, inflamações, problemas menstruais, diabetes, cólicas, febre, vermes. Usado topicamente para lesões, feridas e infecções e, internamente e externamente para vermes e parasitas. É um remédio tópico para a pele para tratar vaginite, hemorroidas, sarna, erupções cutâneas, coceira, eczema, hanseníase e outros problemas de pele.
Na medicina natural peruana, as folhas ou partes aéreas do melão-amargo são usadas para tratar o sarampo, malária, e todos os tipos de inflamação. Na Nicarágua, a folha do melão-de-São-Caetano é comumente usada para dor de estômago, diabetes, febres, resfriados, tosse, dores de cabeça, malária, problemas de pele, distúrbios menstruais, dores, hipertensão arterial, infecções, e como uma ajuda no parto.
Efeitos do melão-de-São-Caetano para o tratamento de diabetes
Em vários estudos, pelo menos três grupos diferentes de componentes encontrados em todas as partes do melão amargo têm demonstrado clinicamente hipoglicemia (hipoglicemiante) as propriedades ou outras ações de benefício potencial contra a diabetes mellitus. Estes produtos químicos que reduzem o açúcar no sangue incluem uma mistura de saponinas esteroidais conhecidos como charantinas, peptídeos semelhantes à insulina, além de alcaloides. O efeito hipoglicemiante é mais pronunciado no fruto do melão amargo, onde estes produtos químicos são encontrados em maior abundância.
Propriedades anticâncer
O melão-amargo possui uma série de substâncias químicas, incluindo triterpenos, proteínas e esteroides. Além disso, a momordina, proteína encontrada na planta, têm demonstrado atividade anticancerígena contra o linfoma de Hodgkin em animais. Outras proteínas presentes na planta, a alfa-momorcharina, beta-momorcharina e a cucurbitacina B, foram testadas quanto a possíveis efeitos anticancerígenas.
Um análogo químico destas proteínas foi desenvolvido e patenteado como “MAP-30”, vez que estudos demonstraram a capacidade de inibir o crescimento de tumores de próstata. Duas destas proteínas, a alfa e beta-momorcharina também têm obtido sucesso em inibir o vírus HIV. No estudo, as células infectadas tratadas com alfa e beta-momorcharina mostraram uma perda quase completa de antígenos virais, enquanto as células saudáveis permaneceram em grande parte inalteradas. O inventor do “MAP-30” apresentou uma outra patente que afirmou que era útil para o tratamento de tumores e infecções de HIV.
Contraindicações e efeitos colaterais do melão-amargo
O melão-amargo reduz os níveis de açúcar no sangue e possui efeitos abortivos e anticoncepcionais.
História e curiosidades
O melão-amargo cresce em áreas tropicais, incluindo partes da Amazônia, África Oriental, Ásia e Caribe, sendo cultivada em toda América do Sul para o uso em forma de alimento ou medicamento. A Momordica charantia é uma planta trepadeira, com origem do sul da China e leste da Índia. O seu fruto é oblongo de coloração verde quando fruto novo e muda para uma cor mais alaranjada quando maduro. As folhas são membranosas, pilosas, lobadas com cinco até sete lóbulos e lisas.
Mordica em latim significa mordida, uma referência as bordas da folha dessa planta, que parece que foi mordida. A Momordica charantia faz parte da Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS), constituída de espécies vegetais com potencial de avançar nas etapas da cadeia produtiva e de gerar produtos de interesse do Ministério da Saúde do Brasil. A Momordica charantia faz parte da família Cucurbitaceae.