Rheum officinale Baill. O Rheum officinale é conhecido popularmente como ruibarbo-oficial, ruibarbo-medicinal ou da huang. É uma planta herbácea perene robusta da família Polygonaceae. É nativa das regiões montanhosas da China central e ocidental.
Cresce em altitudes elevadas entre 2.000 e 4.000 metros. Esta planta impressionante possui grandes folhas basais palmatilobadas. Podem atingir até 50 centímetros de diâmetro. Seus pecíolos são grossos e robustos.
Possui uma história venerada na medicina tradicional chinesa. É utilizada há mais de 2.000 anos. É conhecida como da huang (大黃), que significa “grande amarelo”. Este nome refere-se à cor amarelo-alaranjada característica de sua raiz e rizoma.
Relação com Outras Espécies de Ruibarbo Medicinal
O Rheum officinale é frequentemente confundido com Rheum palmatum. Ambas as espécies são usadas intercambiavelmente na Medicina Tradicional Chinesa. A Farmacopeia Chinesa reconhece três espécies oficiais como fontes de da huang.
São elas: R. officinale, R. palmatum e R. tanguticum. Todas possuem composição química muito semelhante. Todas contêm altas concentrações de antraquinonas. São responsáveis pelas propriedades laxativas e medicinais.
Uso na Medicina Tradicional Chinesa
Na Medicina Tradicional Chinesa, o da huang é classificado como uma erva que “drena o calor e purga o acúmulo”. É tradicionalmente utilizado para tratar constipação severa. Também trata acúmulo de calor no estômago e intestinos.
Trata estagnação sanguínea, infecções, icterícia, queimaduras e hemorragias internas. A raiz do ruibarbo apresenta uma característica farmacológica única. É um efeito bidirecional dose-dependente.
Efeito Bidirecional Dose-Dependente
Em doses baixas (menos de 3 gramas), atua como adstringente e tônico digestivo. Isso ocorre devido ao seu conteúdo de taninos. Em doses mais elevadas (5 a 10 gramas ou mais), funciona como um poderoso laxante estimulante.
Isso ocorre devido às antraquinonas. Elas aumentam os movimentos peristálticos intestinais. Também aumentam a secreção de água no cólon.
Pesquisas Modernas sobre Insuficiência Renal
Nas últimas décadas, o Rheum officinale tem sido extensivamente estudado para tratamento de doença renal crônica. Pesquisas demonstram que aumenta a excreção de produtos residuais através do intestino. Reduz fibrose renal e proteinúria.
Estudos clínicos na China demonstram eficácia significativa. Também possui propriedades hepatoprotetoras, anti-inflamatórias, antimicrobianas e anticancerígenas. Isso valida muitos de seus usos tradicionais.
Nomes Populares
Ruibarbo-oficial, Ruibarbo-medicinal, Ruibarbo-chinês, Da huang (China – 大黃), Chinese rhubarb (Estados Unidos, Reino Unido), Medicinal rhubarb (Reino Unido), Rhubarbe médicinale (França), Medizinischer Rhabarber (Alemanha).
Sinônimos Botânicos da Rheum officinale
Rheum officinale var. macrophyllum Regel.
Rheum palmatum L. – Frequentemente confundido e usado intercambiavelmente com R. officinale na medicina tradicional. Também no comércio de ervas. Embora sejam espécies botanicamente distintas, possuem composição química muito semelhante. Ambas são reconhecidas pela Farmacopeia Chinesa como fontes oficiais de da huang.
Família
Polygonaceae

Ilustração botânica de Rheum officinale Baill. (ruibarbo-oficial, ruibarbo-medicinal, da huang, Chinese rhubarb), planta perene da família Polygonaceae descrita por Baillon em 1871, nativa das montanhas da China central e ocidental (Sichuan, Gansu, Qinghai, Yunnan, Tibete) em altitudes de 2.000-4.000 metros, mostrando folhas basais palmatilobadas grandes, pecíolos grossos, flores esverdeadas em panículas altas, e corte transversal do rizoma lenhoso e raízes (exterior marrom-escuro, interior amarelo-alaranjado característico rico em antraquinonas), em estilo de enciclopédia botânica do século XIX.
Partes Usadas
- Raiz
- Rizoma
Usos Tradicionais
- Acúmulo de calor no estômago e intestinos
- Constipação severa
- Diarreia (em doses baixas como adstringente)
- Distúrbios digestivos
- Doença renal crônica
- Estagnação sanguínea e hematomas
- Hemorragias internas
- Icterícia e doenças hepáticas
- Infecções bacterianas
- Inflamações crônicas
- Queimaduras e feridas (uso tópico)
Propriedades Medicinais da Rheum officinale
- Adstringente (em doses baixas, contrai tecidos e reduz secreções)
- Anti-inflamatório (reduz inflamações e processos inflamatórios crônicos)
- Antibacteriano (inibe o crescimento de bactérias patogênicas)
- Anticancerígeno (antraquinonas possuem atividade antitumoral)
- Antifibrótico (reduz fibrose em rins e fígado)
- Antioxidante (combate radicais livres e estresse oxidativo)
- Colagogo (estimula a secreção de bile)
- Hemostático (auxilia na coagulação e controle de hemorragias)
- Hepatoprotetor (protege o fígado contra danos e toxinas)
- Hipolipidêmico (reduz colesterol através da inibição de squalene epoxidase)
- Imunomodulador (regula e fortalece o sistema imunológico)
- Laxante estimulante (em doses elevadas, estimula os movimentos intestinais)
- Nefroprotetor (protege os rins e melhora a função renal)
- Purgativo (em doses muito elevadas, promove evacuação vigorosa)
Preparações
- Cápsulas
- Cataplasma
- Decocção
- Extrato líquido
- Pó
- Tabletes
- Tintura
Modo de Uso
Cápsulas de Extrato Padronizado para Constipação
Tomar de 500 a 1.000 mg de extrato padronizado de ruibarbo. Geralmente padronizado para 5-10% de antraquinonas. Tomar 1 a 2 vezes ao dia. De preferência à noite antes de dormir.
O efeito laxante geralmente ocorre em 6 a 12 horas. Este método é conveniente e permite dosagem precisa. Não usar por mais de 7 a 10 dias consecutivos sem supervisão médica.
Cataplasma da Raiz em Pó para Queimaduras
Misturar o pó da raiz de ruibarbo com água ou mel. Formar uma pasta espessa. Aplicar diretamente sobre queimaduras, feridas ou inflamações da pele.
Cobrir com gaze limpa e deixar agir por 2 a 4 horas. Repetir 2 vezes ao dia. O ruibarbo possui propriedades antibacterianas, anti-inflamatórias e cicatrizantes eficazes para uso tópico.
Decocção da Raiz como Laxante (Dose Elevada)
Adicionar 5 a 10 gramas de raiz seca cortada a 2 xícaras de água fria. Levar ao fogo e ferver por 10 a 15 minutos. Coar e beber 1 xícara à noite antes de dormir.
Esta dose elevada atua como laxante estimulante potente. Promove evacuação em 6 a 12 horas. Adequado para constipação severa ou ocasional. Não usar por períodos prolongados.
Decocção da Raiz como Tônico Digestivo (Dose Baixa)
Adicionar 1 a 3 gramas de raiz seca cortada a 1 xícara de água fria. Levar ao fogo e ferver por 5 a 10 minutos. Coar e beber 1 a 2 xícaras por dia após as refeições.
Em doses baixas, o ruibarbo atua como adstringente e tônico digestivo. Isso ocorre devido ao seu conteúdo de taninos. Auxilia na digestão, reduz diarreia leve e fortalece o trato gastrointestinal.
Pó da Raiz para Doença Renal Crônica
Tomar de 1 a 5 gramas de pó da raiz de ruibarbo. Misturar em água morna, 1 a 3 vezes ao dia. O Rheum officinale é extensivamente estudado para tratamento de insuficiência renal crônica.
Estudos clínicos demonstram que aumenta a excreção de creatinina e ureia através do intestino. Reduz fibrose renal e proteinúria. Melhora a função renal. Sempre usar sob supervisão médica para doenças renais.
Tintura para Infecções e Inflamações
Tomar de 20 a 40 gotas de tintura de ruibarbo. Diluir em água, 2 a 3 vezes ao dia. A tintura concentra os compostos antibacterianos e anti-inflamatórios do ruibarbo.
É eficaz para tratar infecções bacterianas, inflamações internas e estagnação sanguínea. Na Medicina Tradicional Chinesa, é usada para “mover o sangue” e eliminar estagnação.
Contraindicações e Efeitos Colaterais da Rheum officinale
Gestação e Lactação
O ruibarbo é contraindicado durante a gestação. As antraquinonas podem estimular contrações uterinas. Podem causar aborto espontâneo. Também é contraindicado durante a lactação.
Os compostos ativos são excretados no leite materno. Podem causar diarreia no bebê.
Obstrução Intestinal e Doenças Inflamatórias Intestinais
Não usar em casos de obstrução intestinal, apendicite ou dor abdominal de causa desconhecida. Também é contraindicado em doenças inflamatórias intestinais ativas. Como doença de Crohn e colite ulcerativa.
O efeito laxante estimulante pode agravar essas condições.
Uso Prolongado e Dependência Laxativa
O uso prolongado de ruibarbo como laxante pode causar dependência. O intestino pode se tornar “preguiçoso”. Pode perder a capacidade de funcionar sem estimulação.
Também pode causar melanose coli. É uma pigmentação escura benigna da mucosa do cólon. Limitar o uso a 7-10 dias consecutivos.
Perda de Potássio e Desequilíbrio Eletrolítico
O uso prolongado ou em doses elevadas pode causar perda excessiva de potássio. Isso pode levar a fraqueza muscular, arritmias cardíacas e outros problemas. Pacientes que usam diuréticos ou corticosteroides devem ter cuidado especial.
A perda de potássio pode ser potencializada.
Hepatotoxicidade
Embora o ruibarbo seja hepatoprotetor em doses adequadas, o uso prolongado ou em doses excessivas pode causar danos hepáticos. Especialmente em indivíduos sensíveis. Monitorar função hepática em uso prolongado.
Interações Medicamentosas
O ruibarbo pode interagir com medicamentos cardíacos. Especialmente glicosídeos cardíacos como digoxina. A perda de potássio pode potencializar os efeitos tóxicos desses medicamentos.
Também pode interagir com anticoagulantes, diuréticos e corticosteroides. Consultar um médico antes de usar.
Fitoquímicos da Rheum officinale
- Aloe-emodina (antraquinona com atividade anticancerígena)
- Antraquinonas livres (5-10%, responsáveis pelo efeito laxante)
- Catequinas (antioxidantes polifenólicos)
- Crisofanol (antraquinona com atividade antimicrobiana)
- Emodina (antraquinona principal, atividade anticancerígena e nefroprotetora)
- Fisciona (antraquinona com propriedades anti-inflamatórias)
- Galloil proantocianidinas (inibem síntese de colesterol)
- Glicosídeos de antraquinona (senosídeos A e B, reosídeos)
- Reína (antraquinona com atividade antibacteriana)
- Taninos (5-10%, responsáveis pelo efeito adstringente em doses baixas)
- Ácidos fenólicos (compostos antioxidantes)
Curiosidades
Três Espécies Oficiais na Farmacopeia Chinesa
A Farmacopeia Chinesa reconhece três espécies de Rheum como fontes oficiais de da huang. São elas: Rheum officinale, Rheum palmatum e Rheum tanguticum. Todas possuem composição química muito semelhante.
São usadas intercambiavelmente na prática clínica. Isso demonstra a importância histórica e medicinal do gênero Rheum na medicina chinesa.
Uso Milenar na Medicina Tradicional Chinesa
O ruibarbo-oficial é mencionado em textos médicos chineses há mais de 2.000 anos. É uma das 50 ervas fundamentais da Medicina Tradicional Chinesa. O nome da huang (大黃) significa literalmente “grande amarelo”.
Refere-se à cor característica da raiz. É considerado uma das ervas mais poderosas para “drenar o calor” e “purgar o acúmulo”.
Pesquisas Extensivas sobre Insuficiência Renal Crônica
O Rheum officinale é uma das plantas medicinais mais estudadas para tratamento de doença renal crônica. Estudos clínicos na China demonstram que pode retardar a progressão da doença. Reduz creatinina sérica, ureia e proteinúria.
Melhora a qualidade de vida dos pacientes. Isso validou cientificamente um uso tradicional milenar.
Mecanismo Único de Excreção Intestinal
Uma das propriedades mais fascinantes do ruibarbo-oficial é sua capacidade de aumentar a excreção de produtos residuais através do intestino. Isso inclui creatinina, ureia e aminoácidos. Normalmente excretados pelos rins.
Esse mecanismo é especialmente valioso em pacientes com insuficiência renal. Ajuda a aliviar a carga sobre os rins comprometidos.
Propriedades Anticancerígenas das Antraquinonas
As antraquinonas do ruibarbo, especialmente emodina e aloe-emodina, têm demonstrado atividade anticancerígena em estudos laboratoriais. Inibem a proliferação de células cancerígenas. Induzem apoptose (morte celular programada).
Suprimem metástase. Pesquisas estão em andamento para explorar o potencial terapêutico dessas substâncias no tratamento do câncer.
Perguntas Frequentes sobre Ruibarbo-Oficial
Qual a Diferença Entre Rheum officinale e Rheum palmatum?
Embora sejam espécies botanicamente distintas, Rheum officinale e Rheum palmatum são muito semelhantes. Possuem composição química quase idêntica. São usadas intercambiavelmente na Medicina Tradicional Chinesa como da huang.
Ambas são reconhecidas pela Farmacopeia Chinesa. Na prática clínica, são consideradas equivalentes. As diferenças botânicas são sutis. Incluem variações na profundidade dos lobos das folhas.
O Ruibarbo-Oficial é Seguro para Uso Prolongado?
Não. O ruibarbo-oficial não deve ser usado como laxante por mais de 7-10 dias consecutivos. O uso prolongado pode causar dependência laxativa. Também pode causar perda de potássio, desequilíbrio eletrolítico e melanose coli.
Para uso em condições crônicas como insuficiência renal, deve ser usado apenas sob supervisão médica rigorosa. Com monitoramento regular da função hepática e renal.
O Ruibarbo-Oficial Pode Tratar Insuficiência Renal Crônica?
Estudos clínicos na China demonstram que o ruibarbo-oficial pode ajudar a retardar a progressão da doença renal crônica. Reduz creatinina sérica, ureia e proteinúria. Aumenta a excreção de produtos residuais através do intestino.
No entanto, não substitui tratamentos convencionais. Deve ser usado como terapia complementar. Sempre sob supervisão médica rigorosa. Com monitoramento regular da função renal.
Posso Usar Ruibarbo-Oficial Durante a Gravidez?
Não. O ruibarbo-oficial é estritamente contraindicado durante a gestação. As antraquinonas podem estimular contrações uterinas. Podem causar aborto espontâneo. Também é contraindicado durante a lactação.
Os compostos ativos são excretados no leite materno. Podem causar diarreia no bebê.
Qual a Diferença Entre Ruibarbo Medicinal e Ruibarbo Culinário?
O ruibarbo medicinal (Rheum officinale, R. palmatum, R. tanguticum) é valorizado por suas raízes e rizomas. Contêm altas concentrações de antraquinonas (5-10%). São usadas para fins medicinais.
O ruibarbo culinário (Rheum rhabarbarum) é cultivado por seus pecíolos comestíveis. Contém baixas concentrações de antraquinonas (<1%). É usado em tortas, compotas e geleias. Ambos pertencem ao gênero Rheum.
O Ruibarbo-Oficial Tem Propriedades Anticancerígenas?
Sim. Estudos laboratoriais demonstram que as antraquinonas do ruibarbo, especialmente emodina e aloe-emodina, possuem atividade anticancerígena. Inibem a proliferação de células cancerígenas. Induzem apoptose.
Suprimem metástase. No entanto, esses estudos são preliminares. Realizados principalmente em células e animais. Mais pesquisas clínicas são necessárias. Não deve ser usado como tratamento único para câncer.