Tanchagem: saiba para o que serve o chá

Tanchagem - Plantago major

Conheça os benefícios, efeitos, indicações e propriedades medicinais ds tanchagem - Plantago major, planta medicinal também conhecida tansagem e plantagem.

ATUALIZADO EM Atualizado em 12/09/2022

A tanchagem (Plantago major) é uma planta medicinal também conhecida como tanchagem-maior, tanchagem-de-folha-larga, tansagem, tansagem-maior, plantagem e erva-de-soldado. Inclui as espécies Plantago lanceolata e Plantago media. Pertence à família Plantaginaceae.

Benefícios da tanchagem

As folhas de tanchagem têm sido usadas como remédio para cicatrização de feridas há séculos em quase todas as partes do mundo e no tratamento de várias doenças. O chá de tanchagem pode ser útil no tratamento de doenças relacionadas à pele, órgãos respiratórios, órgãos digestivos, reprodução, circulação, contra o câncer, para alívio da dor e contra infecções.

Agindo na pele, a tanchagem promove a recuperação de tecidos danificados ou estragados. A alantoína presente na tanchagem é uma substância anti-inflamatória que mata germes, melhora a velocidade de cicatrização de feridas e estimula o crescimento de células novas no corpo, sendo um ingrediente ativo de muitos cremes e loções cosméticas para a pele.

O chá de tanchagem é uma alternativa mais segura ao confrei, que possui propriedades medicinais semelhantes, mas em contrapartida é tóxico e pode causar lesões graves no fígado e até mesmo lesões ósseas. Os taninos da planta são considerados adstringentes, o que faz com que a tanchagem ajude a estancar sangramentos e controlar o fluxo menstrual, colite, diarreia, disenteria, vômitos e incontinência. O ácido salicílico, precursor da aspirina, ajuda a aliviar dores físicas e musculares.

A Plantago spp é utilizada na medicina alternativa tradicionalmente para aliviar febres e remover o excesso de líquidos do corpo. Diminui a inflamação e irritação nos tecidos. O cataplasma é usado tradicionalmente para dores de dente e em forma de unta para feridas, hemorragia, febre, picadas de abelha, hemorroidas e sumagre venenoso. Gargarejo para dores de garganta. Em forma de colírio para blefarite e conjuntivite.

Composição da tanchagem

A tanchagem contém compostos biologicamente ativos, como polissacarídeos, lipídios, derivados do ácido cafeico, flavonoides (apigenina), glicosídeos iridóides e terpenoides, além de alcaloides e alguns ácidos orgânicos. Uma gama de atividades biológicas foi encontrada a partir do extratoo da planta, incluindo atividade  analgésica, anti-inflamatória, antioxidante, antibiótica, cicatrizante, imunomoduladora e atividade antiulcerogênica. Alguns desses efeitos podem ser atribuídos ao uso desta planta na medicina popular. Além disso, a tanchagem possui ácido salicílico, ácido palmítico, ácido esteárico, ácido oleico, alantoína, betacaroteno, vitamina C, vitamina K, dentre outras substâncias.

Contraindicações e efeitos colaterais da tanchagem

Não foram relatados efeitos colaterais decorrentes do uso nas bibliografias consultadas.

História e curiosidades

O nome de gênero, Plantago, é uma velha adaptação francesa para a palavra em latim que significa “planta”. Uma antiga lenda diz que uma bela moça se casou com um cavaleiro renomado, que em seguida foi para a batalha. Após o beijo de despedida, o cavaleiro pediu para que ela esperasse seu retorno e, assim ela o fez, esperando infinitamente, sem que ele nunca houvesse retornado. Depois de tanto esperar, ela foi transformada na “erva-do-soldado”. A espécie Plantago major faz parte da Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS), constituída de espécies vegetais com potencial de avançar nas etapas da cadeia produtiva e de gerar produtos de interesse do Ministério da Saúde do Brasil.

Referências:
SAMUELSEN, Anne Berit. The traditional uses, chemical constituents and biological activities of Plantago major L. A review. Journal of ethnopharmacology, v. 71, n. 1-2, p. 1-21, 2000.
ADOM, Muhammad Bahrain et al. Chemical constituents and medical benefits of Plantago major. Biomedicine & pharmacotherapy, v. 96, p. 348-360, 2017.