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Peiote: saiba para que serve esse cacto

O peiote (Lophophora williamsii) é um cacto medicinal também conhecido como mascalito (referência à substância mescalina encontrada no cacto), peyote, peyotl, pellote, dentre outros nomes populares. Inclui o sinônimo botânico Lophophora diffusa. O cacto peytote faz parte da família Cactaceae.

Benefícios e propriedades do peiote

O peiote é um pequeno cacto rico em propriedades medicinais nativo do sudoeste dos Estados Unidos (cresce no Novo México e Texas) e região central do México. Povos indígenas da região já utilizavam o peiote há aproximadamente 7 mil anos e os astecas consideravam a planta sagrada. Atualmente, o peiote ainda é usado de forma religiosa por povos indígenas mexicanos, sobretudo em cerimônias espirituais, vez que possui propriedades alucinógenas. Além disso, possui inúmeras outras propriedades, inclusive ação analgésica, antirreumáticas, revigorantes e tônicas.

O peiote é usado como medicamento natural para combater bactérias resistentes à penicilina, devido às suas propriedades antibióticas. Também é usado em casos de asma, artrite, diabetes, distúrbios intestinais, dores de dente, dor de garganta, febre, feridas, fraturas, gripes e resfriados, histeria, neurastenia, dentre outras afecções. O cacto aumenta o nível de prolactina (hormônio secretado pela adenoipófise e que tem como principal função estimular a produção de leite pelas glândulas mamárias e o aumento das mamas). Da mesma forma, auxilia na produção do GH (hormônio do crescimento).

Mescalina

Apesar de suas propriedades medicinais, o fato de produzir efeitos alucinógenos faz com que o peiote seja considerado ilegal em vários países. A mescalina, substância encontrada na Lophophora williamsii, é capaz de causar alucinações, sentimento de onisciência, distorção da imagem corporal, mudança brusca de personalidade, mudanças na percepção do tempo, sinestesia, sensação de bem-estar dentre outros efeitos. Em alguns lugares, a mescalina é administrada em pequenas doses para o tratamento da depressão e para aumentar da capacidade de aprendizagem.

Para fins terapêuticos ou para uso da psiquiatria, o cacto pode ser encontrado na forma de pó (que apresenta coloração branca), cápsulas gelatinosas e comprimidos brancos. A mescalina é isolada pela indústria farmacêutica e usada para o preparo de drogas sintética. A composição do peyote apresenta elementos bem singulares, incluindo analonidilina, tiramina, pelotina, analonina, analamina, loforforina, hordinenina, analaninina, O-metilanalonidina, dentre outras substâncias químicas. Contudo, o composto mais conhecido é a mescalina, uma substância psicodélica natural que afeta os indivíduos que a consomem de forma física e psicológica.

Contraindicações e efeitos colaterais do peiote

O uso do cacto pode causar agitação, ansiedade, estado de catatonia e náuseas. Outros efeitos colaterais incluem a produção em excesso do hormônio de crescimento e de prolactina, dilatação das pupilas e diminuição da frequência cardíaca. Algumas pessoas não respondem bem ao uso da mescalina e desenvolvem reações parecidas com as do estado de esquizofrenia.

História e curiosidades

O peiote é um cacto que demora cerca de 13 anos para conseguir germinar sua primeira flor. Desta forma, se encontra ameaçado extinção no meio selvagem. O nome de gênero, Lophophora, é referência as cristas do cacto. É amplamente usado na América Central pelos índios Cora, Huichol, Tarahumura, Tepecano e Yaqui. O peyote foi popularizado no romance “As Portas da Percepção” (The Doors of Perception), publicado em 1954 pelo escritor Aldous Huxley.

A Lophophora williamsii pode alcançar a altura máxima de 7 centímetros e diâmetro máximo de 12 centímetros. Cresce bem rente ao solo e seu formato é semelhante ao de uma esfera achatada. Não possui espinhos e suas flores são rosas ou brancas, sendo que as vezes apresentam uma leve tonalidade amarelada ou avermelhada. As abrem durante o dia e podem alcançar 2,4 centímetros de altura por 2,2 centímetros de diâmetro. Os frutos são carnudos e possuem cerca de 2 centímetros de comprimento. Quando maduros, ficam com a cor castanha. Suas sementes são pretas e pequenas alcançando 1,5 milímetros de comprimento por 1 mm de largura.

Referências:
Diehl, A., & Figlie, N. B. (2014). Prevenção ao Uso de Álcool e Drogas: O Que Cada um de Nós Pode e Deve Fazer?. Artmed Editora.
Schultes, Richard Evans. “The appeal of peyote (Lophophora williamsii) as a medicine.” American Anthropologist 40.4 (1938): 698-715.
McLaughlin, J. L., and A. G. Paul. “CACTUS ALKALOIDS. 2. BIOSYNTHESIS OF HORDENINE AND MESCALINE IN LOPHOPHORA WILLIAMSII.” Lloydia 30.1 (1967): 91-+.
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