Pinheiro-marítimo: saiba para que serve

Pinheiro-marítimo - Pinus pinaster

Conheça os benefícios efeitos, indicações e propriedades medicinais do pinheiro-marítimo (Pinus pinaster), árvore rica na substância medicinal pycnogenol.

Atualizado em 16/10/2022

O pinheiro-marítimo (Pinus pinaster) é uma árvore medicinal também conhecida como pinheiro-bravo, pinheiro-de-casquinha, pinheiro-da-Escócia, pinheiro-de-riga, dentre outros nomes populares. Inclui os sinônimos botânicos Pinea pinus (pinheiro-manso), Pinus sylvestrys (pinheiro-silvestre), P. strobus (pinheiro-branco), P. nigra (pinheiro-da-Áustria ou negro), P. contorta (comum no oeste da América do Norte), P. palustris (nativo do Sudeste dos Estados Unidos), P. tabulaeformis (pinheiro-vermelho-da-China), dentre outras espécies do mesmo gênero. Os pinheiros fazem parte da família Pinaceae.

Benefícios e propriedades medicinais do pinheiro-marítimo

O pinheiro-silvestre é um árvore que possui ação antisséptica, bactericida, diurética, estimulante (sistema circulatório e nervoso), expectorante, hipertensora, restauradora, dentre outras propriedades terapêuticas. A trepentina, (óleo de terebintina ou turpentina), produto processado obtido a partir da goma (resina) de coníferas, é usada externamente. Possui propriedades antirreumáticas, balsâmicas, expectorantes e vermífugas. É útil em casos de artrite, feridas, queimaduras, reumatismo, úlceras e outras condições de saúde.

A árvore medicinal é indicada para o tratamento de afecções nos rins e bexiga. O óleo essencial e as sementes podem ser usadas para o tratamento de asma, bronquite, e outras inflamações do sistema respiratório. É útil também para problemas digestivos. A casca do pinheiro marítimo, rica em pycnogenol, é um dos mais poderosos antioxidantes disponíveis. As pinhas são usadas para auxiliarem na cura de infecções e tecidos.

Casca do Pinus pinaster

Casca do pinheiro-marítimo (Pinus pinaster)

Casca do pinheiro-marítimo (Pinus pinaster)

A casca do pinheiro-marítimo é usada tradicionalmente em forma de compressas para bronquites, ciática, feridas, nefrite, pneumonia e reumatismo. Também são indicados banhos medicinais, que podem ser benéficos para condições de debilidade nervosa, dores artríticas, insônia e músculos doloridos.

Pycnogenol (picnogenol)

Pycnogenol (picnogenol)

Pycnogenol (picnogenol)

O pycnogenol é é um composto de produtos químicos naturais obtido da casca do pinheiro-marítimo (Pinus pinaster). Estudos demonstram a cada dia que o  pycnogenol trata-se de um antioxidante que ajuda a proteger as células contra danos. Os ingredientes ativos do pycnogenol também podem ser extraídos de outras fontes, incluindo casca de amendoim, casca de hamamélis e semente de uva. Dentre os benefícios, o pycnogenol é útil para pessoas com alergias e asma. O pycnogenol também pode auxiliar em casos de artrite, colesterol alto, diabetes, impotência sexual, inchaços, problemas relacionados à memória e sintomas da menopausa.

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O uso do óleo essencial de pinheiro na aromaterapia

Na aromaterapia, o pinheiro-silvestre age como um revigorante natural capaz de proporcionar mais ânimo e energia para as pessoas. As nozes píneas são comestíveis. O talo é comestível somente em situações de sobrevivência extrema. Em 1534, quando o explorador francês Jacques Cartier aportou no Rio São Lourenço, no Canadá, a maior parte de sua tribulação já havia sucumbido ao escorbuto. Nativos salvaram o restante dos homens ao servirem um chá feito das agulhas do pinheiro, que contém vitamina C.

Para lidar com dores reumáticas, deve ser feita uma decocção com gotas de óleo essencial em dois litros de água. A mistura deverá ferver por cerca de meia hora e após este tempo ser colocada e um recipiente. As partes afetadas pelo reumatismo devem ser mergulhadas nesta mistura para alcançar os efeitos desejados. A inalação do óleo essencial alivia a congestão e outros problemas respiratórios. Neste caso, basta pingar duas gotas do óleo em um litro de água fervente e inalar o vapor durante 15 minutos.

Contraindicações e efeitos colaterais do pinheiro

Quando usado nas doses indicadas não apresenta problema nenhum à saúde, contudo, em excesso pode causar irritações na pele. O uso é contraindicado por grávidas, lactantes e crianças muito pequenas. Algumas pessoas podem sofrer de alergia às substâncias presentes na composição da árvore.

História e curiosidades

Os cones píneos são bons materiais para dar início a uma fogueira. A árvore é considerada um símbolo de vida eterna. Os iroqueses, um grupo nativo norte-americano que vivia em torno da região dos Grandes Lagos, primariamente no sul de Ontário, uma província do Canadá, e no nordeste dos Estados Unidos, acreditavam que as árvores píneas simbolizavam uma vida equilibrada.

Trata-se de uma árvore conífera de grande porte (altura entre 15 e 30 metros de altura), distribuída nas zonas árticas e temperadas. Cresce em locais com boa luminosidade, desde que o solo seja bem drenado e arenosos. Também é possível encontrá-lo em solos secos. Seu formato se assemelha ao de um cone e sofre algumas variações de acordo com a idade da árvore.

A copa é bem densa e dispersa. As folhas possuem o formato de agulhas, alcançando o tamanho máximo de 9 centímetros de comprimento. Possui pinhas solitárias ou em agrupadas em trios, com formato ovoide. Suas sementes são na cor preta. É uma árvore com um ciclo de vida extremamente longo. Em alguns casos, pode chegar até 400 anos de idade.

Referências:
Scot’s Pine. Natural and Medicinal Herbs.
Neves, José Manuel, et al. “Ethnopharmacological notes about ancient uses of medicinal plants in Trás-os-Montes (northern of Portugal).” Journal of Ethnopharmacology 124.2 (2009): 270-283.
Mirov, N. T. “The terpenes (in relation to the biology of genus Pinus).” Annual review of biochemistry 17.1 (1948): 521-540.
Kumarasamy, Yashodharan, et al. “Screening seeds of some Scottish plants for free radical scavenging activity.” Phytotherapy Research 21.7 (2007): 615-621.
Rosemann, D., Heller, W., & Sandermann, H. (1991). Biochemical plant responses to ozone: II. Induction of stilbene biosynthesis in Scots pine (Pinus sylvestris L.) seedlings. Plant physiology, 97(4), 1280-1286.
Rohdewald, P. “A review of the French maritime pine bark extract (Pycnogenol), a herbal medication with a diverse clinical pharmacology.” International journal of clinical pharmacology and therapeutics 40.4 (2002): 158-168.