Rhodiola rosea: saiba para que serve

Raiz-dourada - Rhodiola rosea

Conheça os beneficios, efeitos e propriedades da raiz-dourada (Rhodiola rosea), planta usada para reduzir os sintomas da ansiedade, depressão e estresse.

ATUALIZADO EM Atualizado em 23/09/2022

A raiz-dourada (Rhodiola rosea), também conhecida como raiz-de-ouro e raiz-do-ártico, é um popular adaptógeno, ou seja, possui a capacidade de combater os efeitos do stress sobre o organismo, aumentando a resistência do corpo às agressões ocorridas em seu meio. É também conhecida em inglês como golden root, roseroot e aaron’s rod. Pertence à família Crassulaceae.

Benefícios da Rhodiola rosea

A raiz-dourada aumenta a resistência física, longevidade, vigor sexual e as capacidades cognitivas. O chá da raiz da Rhodiola rosea é usado para resfriados, anemia, impotência sexual, ejaculação precoce, amenorreia, infertilidade e para melhorar o desempenho sexual. Além disso, pesquisas sugerem que a raiz-dourada pode beneficiar a memória e a atenção, aliviar os sintomas da depressão e ajudar o corpo a manter um bom equilíbrio em situações de estresse. Na Sibéria, é administrada para pessoas que sofrem de perturbações sexuais ou para aqueles que desejam melhorar o desempenho sexual.

Chá de Rhodiola rosea

Chá de Rhodiola rosea

Chá de Rhodiola rosea

O chá de Rhodiola rosea é consumido tradicionalmente, sobretudo em regiões frias do planeta (devido ao fato da planta ser nativa deste tipo de ambiente) para aumentar a resistência à infecções, combater gripes e resfriados, diminuir os sintomas depressivos e estimular consideravelmente o sistema imunológico. Já os efeitos restaurativos da raiz dourada podem ser úteis para ajudar homens com disfunção erétil. Os efeitos calmantes e estimulantes suaves trabalham para ajudar a aumentar o nível de serotonina, auxiliando no relaxamento e sensação de bem-estar corporal.

O chá de Rhodiola rosea ainda permite aumenta a resistência ao esforço e melhorar consideravelmente o tempo de recuperação após exercício intenso. Por meio de estudos em animais e estudos preliminares em humanos, foi constatado que a raiz aumenta os efeitos dos medicamentos antitumorais e reduz os efeitos indesejáveis. No entanto, o uso medicinal que popularizou a utilização do extrato da Rhodiola rosea no mundo inteiro foi para combater os efeitos nocivos do estresse.

Estudos científicos

Vários estudos foram realizados com a utilização de extratos normalizados de Rhodiola rosea que validam a sua eficácia, contendo cerca de 3% de rosavina e cerca de 1% de salidroside. No tratamento da astenia e depressão, investigadores soviéticos estudaram várias vezes os efeitos psicoestimulantes da Rhodiola rosea e notaram atenuação dos sintomas em 64% dos casos. Também regula a menstruação em 60% das mulheres vítimas de amenorreia e melhora significativamente a sua fertilidade (estudo russo realizado com 40 mulheres), além de melhorar a função sexual em 70% dos homens que sofrem de disfunção erétil ou de ejaculação precoce (estudo russo realizado com 35 casos).

Contraindicações e efeitos colaterais da Rhodiola rosea

Apesar de possuir inúmeros benefícios, a Rhodiola rosea, assim como a maioria das plantas medicinais, também possui efeitos colaterais, mesmo que raramente relatados. A Rhodiola rosea não deve ser utilizada durante a noite, pois pode perturbar o sono. Em caso de utilização conjunta com outros estimulantes, a dosagem deve ser adaptada. Não deve ser usada durante a gravidez ou fase de amamentação. Pessoas que sofrem de distúrbio bipolar não devem fazer uso da raiz-dourada, vez que variações de humor e alucinações podem se tornar bastante graves. Pacientes com outros tipos de distúrbios psicológicos devem consultar o médico preliminarmente antes de adicionar à Rhodiola rosea a dieta.

Pessoas com hipersensibilidade ou que utilizarem doses altas diárias podem sofrer de insônia, irritabilidade e impaciência. A Rhodiola rosea também pode causar um efeito semelhante a beber demasiada cafeína e causar palpitações no coração semelhantes a uma overdose de café. Uma maneira de evitar este efeito colateral é não utilizar a Rhodiola com o estômago vazio. É sempre recomendado conversar antes com um profissional da saúde competente para definir a dosagem correta a fim de evitar quaisquer efeitos secundários nocivos.

História e curiosidades

A Rhodiola rosea possui folhas verde-azuladas e uma única flor amarela, que floresce no curto período do verão ártico. Sendo uma planta perene, de crescimento contínuo, possui uma raiz medicinal destacada. Vários ramos crescem da mesma raiz. Atinge de 5 a 35 cm de altura. É encontrada em países como China, Finlândia, Islândia, Mongólia, Noruega, Rússia, Suécia e Tibete. Em alguns lugares é tradição oferecer um ramo de Rhodiola rosea às noivas antes da noite de núpcias.

A Rhodiola rosea é uma planta vivaz que consegue se adaptar a temperaturas extremamente frias, se desenvolvendo em solos arenosos, rochosos, frios e secos, nas encostas das montanhas, entre rochas, líquens e fragmentos de gelo e neve. Cresce selvagem na Sibéria, Alpes e Montanhas Rochosas. A sua utilização medicinal remonta ao médico greco Dioscórides (77 a.C.). Os primeiros estudos científicos russos e escandinavos que validam estas aplicações tiveram início por volta de 1960. Desde então a raiz dourada é considerada como um dos primeiros adaptógenos, com ação semelhante a outras plantas como o ginseng e a ashwagandha.

Referências:
HerbalGram: The Journal of the American Botanical Council. Brown RP, et al. Rhodiola rosea: A Phytomedicinal Overview. 2002; 56:40-52.
Mediherb. Rhodiola rosea – Rhodiola
Adaptogen, A. Possible Plant. “Rhodiola rosea: a possible plant adaptogen.” Altern Med Rev 6.3 (2001): 293-302.
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Khanum, Farhath, Amarinder Singh Bawa, and Brahm Singh. “Rhodiola rosea: a versatile adaptogen.” Comprehensive reviews in food science and food safety 4.3 (2005): 55-62.