Resveratrol: efeitos e propriedades

Resveratrol

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Benefícios, efeitos, fontes e propriedades medicinais do resveratrol (trans resveratrol), substância presente nos vinhos tintos e e algumas espécies de uvas.

Atualizado em 16/10/2022

O resveratrol (trans resveratrol) é uma fitoalexina produzida naturalmente por algumas plantas quando estão sob ataque de agentes patógenos, como bactérias ou fungos. Também é produzido por síntese química, sendo vendido como um suplemento nutricional. Presente em maior quantidade em algumas frutas e nos vinhos tintos, o trans resveratrol é vendido em forma de cápsulas e suplemento, devido aos seu benefícios para a saúde, sobretudo na prevenção de vários tipos de câncer e por proporcionar bem-estar geral, sem prejudicar o organismo.

Como surgiu o resveratrol?

O resveratrol foi isolado originalmente das raízes do heléboro-branco (Veratrum album) em 1940 e, posteriormente, em 1963, a partir das raízes de Polygonum cuspidatum. Contudo, só atraiu mais atenção apenas em 1992, quando sua presença no vinho foi sugerida como explicação para o efeito cardioprotetor da bebida. Apesar de ser encontrado na casca das uvas vermelhas e ser um componente importante do vinho tinto, as quantidades de resveratrol aparentemente não são suficientes para explicar o "paradoxo francês" de que tão o consumo regular de vinho é responsável pela longevidade.

Benefícios do resveratrol

O resveratrol ajuda a desacelerar o processo de envelhecimento, rejuvenesce a pele, melhora os níveis naturais de energia e até mesmo previne o aparecimento de algumas doenças, incluindo o câncer. Enquanto esses benefícios variam entre as pessoas, com base em pesquisas, se percebe que grande parte das pessoas relatam um aumento quase imediato em seus níveis de energia natural e melhora no bem-estar geral, além de que a substância supostamente auxilia no emagrecimento em dietas para perda de peso.

Resveratrol

Quantidade de resveratrol nas uvas

Uvas

Uvas

Nas uvas, o resveratrol é encontrado principalmente na parte externa. A quantidade encontrada na casca da uva também varia de acordo com a forma de cultivo da uva, origem geográfica, exposição e infecção fúngica. A quantidade de tempo de fermentação de um vinho também é um fator determinante no conteúdo de da fitoalexina.

Os níveis de resveratrol encontrados em alimentos variam bastante. O vinho tinto contém entre 0,2mg e 5,8 mg por litro, dependendo da variedade de uva, enquanto o vinho branco possui quantidade bem inferior, vez que o vinho tinto é fermentado com a casca, permitindo que o resveratrol seja mais absorvido, enquanto o vinho branco é fermentado depois da remoção da parte externa. Os relatórios sugerem que alguns aspectos do processo de vinificação convertem resveratrol, o que faz com que o vinho tenha o dobro da concentração média dos sucos comerciais equivalentes.

Uvas muscadine

Estudos indicaram que as uvas da espécie Vitis rotundifolia, conhecidas como muscadine, podem conter altas concentrações de resveratrol, e que os vinhos produzidos dessas uvas, vermelho e branco, podem conter mais de 40mg de resveratrol por litro. A Vitis rotundifolia é uma uva vinífera cultivada na parte sul dos Estados Unidos e se adaptou muito bem no clima quente e úmido, comum nessa região.

Suplementos de resveratrol

Os suplementos variam em grau de pureza, quem podem conter cerca de 50 por cento a 99 por cento DE resveratrol. Muitas marcas consistem de um extrato impuro do Veratrum album, vez que estes contêm cerca de 50% de resveratrol, bem como emodina, que, embora segura em quantidades moderadas, pode ter um efeito laxante em quantidades elevadas.

O resveratrol pode ser um suplemento natural diário a ser considerado na rotina diária de pessoas que procuram uma melhor qualidade de vida. Contudo, é importante ressaltar que deve ser um produto de qualidade, vez que melhor a procedência de um suplemento, mais benéficos são seus efeitos para a saúde. No caso de suplementos em cápsulas, Antioxidants Complex é o suplemento antioxidante composto de resveratrol mais recomendado do mercado brasileiro.

Dissol

Dissol Pro é um suplemento alimentar capaz de auxiliar na prevenção de formação e dissolução de cálculos renais, além de melhorar o funcionamento dos rins.

Fontes alternativas de resveratrol

O amendoim possui cerca de metade da quantidade de resveratrol encontrada no vinho tinto. O mirtilo, também conhecido como uva-do-monte, possui a fitoalexina, apesar de ser menos de dez por cento do contido nas uvas. Cozinhar ou aquecer esse alimentos irá contribuir para a degradação do nutriente, reduzindo-o até a metade dos níveis. O fruto da amoreira também é vendido como um suplemento nutricional com características semelhantes.

Estudos científicos

O resveratrol é atualmente tema de inúmeros estudos sobre seus efeitos em animais e seres humanos. Os efeitos do resveratrol sobre a vida de alguns organismos continuam controversos, causando efeitos incertos em moscas, vermes nematoides e peixes de vida curta. Em experiências realizadas em ratos, os mesmos foram beneficiados com propriedades anticâncer, anti-inflamatórias, diminuição da taxa de açúcar no sangue e redução de outros efeitos cardiovasculares. A maioria destes resultados ainda precisam ser replicados em seres humanos. No teste realizado em humanos, doses muito elevadas (3 a 5 gramas) mostrou uma grande propriedade para diminuir a taxa de açúcar no sangue.

Melhora a qualidade de vida

Em 2006, cientistas italianos obtiveram o primeiro resultado positivo da suplementação de resveratrol em um vertebrado. Usando um peixe de vida curta (Nothobranchius furzeri), com uma duração de vida média de nove semanas, descobriram que uma dose máxima da fitoalexina aumentou a longevidade média em 56%. Além disso, os peixes suplementados apresentaram atividade significavamente maior do nado em geral e uma melhor aprendizagem¹.

Em 2003, um estudo realizado pelos grupos de pesquisa Howitz and Sinclair e publicado na revista Nature comprovou que o resveratrol aumenta significativamente o tempo de vida da levedura Saccharomyces cerevisiae e do verme Caenorhabditis elegans.

Previne o aparecimento de canceres

Em 1997, um estudo demonstrou que o resveratrol usado topicamente impediu o desenvolvimento de cancro de pele em camundongos tratados com uma substância cancerígena. Dezenas de estudos da ação anticâncer do resveratrol já foram realizados em animais. Atualmente vários estudos sobre os efeitos sobre o cancro do cólon e o melanoma (câncer de pele) estão sendo realizados².

O resveratrol in vitro interage com vários alvos moleculares e possui efeitos positivos sobre as células de câncer de mama, pele, estômago, cólon, esôfago, próstata e câncer de pâncreas, além de leucemia. No entanto, um estudo da farmacocinética da substância em humanos concluiu que mesmo doses altas de resveratrol podem ser insuficiente para alcançar as concentrações necessárias para a prevenção do câncer sistêmico. A evidência mais forte da ação anticâncer existente são para os tumores que podem entrar em contato direto com a pele e os tumores do trato gastrointestinal. Para outros cancros, a evidência é incerta, mesmo quando doses maciças do polifenol são utilizadas.

Reduz a quantidade de gorduras no organismo

No mesmo ano, uma outra pesquisa demonstrou que o resveratrol combatia os efeitos prejudiciais de uma dieta rica em gorduras. Dois grupos de ratos foram testados: um com uma dieta padrão e o outros ingerindo cerca de 30% a mais de calorias. Tanto o grupo alimentado com a dieta padrão e a dieta rica em gordura, acrescentados de mais 22 mg/kg de resveratrol tiveram um risco 30% menor de morte do que os ratos na dieta rica em gorduras. Além disso, os níveis de insulina e glicose no grupo alimentado com resveratrol estava mais próximo ao grupo da dieta padronizada.

Referências:
¹ Resveratro Prolongs Lifespan and Retards the Onset of Age-Related Markers in a Short-Lived Vertebrate. Istituto di Neuroscienze del CNR. Pisa. Universita` dell’Aquila
² Cancer Chemopreventive Activity of Resveratol, a Natural Product Derived from Grapes
³ Wood JG, Rogina B, Lavu1 S, Howitz K, Helfand SL, Tatar M, Sinclair D. "Sirtuin activators mimic caloric restriction and delay ageing in metazoans". Nature. 2004 Aug 5; 430(7000):686–689. Epub 2004 Jul 14.
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