Ao consumir bebidas alcoólicas, o etanol (álcool) entra no organismo, é absorvido pelo estomago e vai diretamente para a corrente sanguínea. No seu primeiro contato com o fígado, o álcool passa a ser metabolizado pela primeira vez, o que significa que o organismo passa a tentar achar uma maneira para retirar o álcool do sangue. O processo de metabolização das bebidas alcoólicas é limitado e não pode ser acelerado.
Metabolização do álcool
Uma das formas de limpeza é destruindo as moléculas de etanol e expulsando o álcool pela urina, suor ou pelo hálito. O restante do álcool que não foi eliminado passa por inúmeras partes do fígado até ser destruído completamente, decompondo-se em água e gás carbônico. O fígado possui uma capacidade limitada de metabolizar o álcool, sendo que em média um copo de cerveja leva 2 horas de metabolização, e não existe nenhuma forma de acelerar esse processo.
Enzimas
O metabolismo é realizado no fígado por três enzimas: a álcool desidrogenase (ADH), que catalisa a oxidação do acetaldeído; a CYP2E1, principal componente do sistema microssomal hepático de oxidação do etanol (MEOS); e a catalase, localizada nos peroxissomas dos hepatócitos, responsável por apenas cerca de 10% do metabolismo do álcool. Se o fígado for continuamente estimulado por longos períodos de exposição ao álcool, nem sempre dará conta de eliminá-lo por completo sem que haja lesões. Dentro do processo existe a formação de uma substância intermediária, o acetaldeído, que é muito mais tóxica e lesiva para o fígado e para o organismo como um todo do que o próprio álcool.
Sobrecarga do fígado
Pode-se concluir que o uso abusivo de bebidas alcoólicas leva a uma sobrecarga do fígado, sendo ele incapaz de eliminar de forma adequada todo o álcool ingerido e desta forma levando a danos graves e extremamente sérios no tecido hepático, levando em alguns casos a cirrose hepática.
Os riscos de beber álcool em excesso após os 30 anos
Atualmente, o alcoolismo é considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) um dos principais problemas de saúde pública em todo mundo. Pessoas que desenvolvem essas e outras doenças começam a beber álcool de maneira excessiva ainda na adolescência e tendem a diminuir a quantidade ao longo dos anos, porém, a situação problemática muitas vezes já está instalada no organismo. O maior número de pessoas que se tornam alcoólatras está por volta da faixa etária dos 30 anos de idade.
Abuso de álcool após os 30 anos de idade
A procura por tratamentos contra o abuso de álcool também tem sido maior, sendo que a faixa etária de pacientes que procuram esta entre jovens de 27 aos 36 anos. Geralmente a procura é maior entre essas idades porque é quando começam a ter sinais e sintomas de doenças causadas pelo uso abusivo de bebidas. Dentre as doenças mais comuns após alguns anos de excesso de bebidas está a pancreatite crônica e a cirrose hepática. O consumo em excessivo de bebidas alcoólicas acarreta problemas familiares, profissionais e causam debilidades no organismo.
O metabolismo do álcool se torna mais lento com a idade
Os aspectos físicos também sofrem consequências mais aparentes nessa faixa etária, sobretudo com o abuso do álcool. A partir dos 30 anos nos homens e dos 40 nas mulheres, as funções metabólicas são modificadas e ficam mais lentas, ocorre mudança da composição corporal e o corpo tende a armazenar as calorias do álcool em forma de gordura, principalmente na região abdominal, que será mais difícil de ser eliminada.
Cirrose hepática
Em torno de 25% dos alcoólatras desenvolvem a cirrose hepática, uma doença comum no fígado. A função do órgão é alterada, devido as lesões seguidas nele provocado. A cirrose hoje é a terceira maior causa de morte entre as pessoas de 45 a 65 anos.
Pancreatite crônica
Comum em indivíduos com histórico de anos de ingestão abusiva de álcool, a pancreatite crônica aparece em 70% dos casos. A doença é caracterizada por uma inflamação no pâncreas, onde o órgão é destruído progressivamente, perdendo assim as suas funções principais, como por exemplo, a digestão e absorção dos alimentos e a incapacidade de produzir insulina.
Ressacas mais intensas
A ressaca também é um fator que piora muito após a meia idade, o fígado se torna menos eficiente na quebra do álcool e consequentemente os sintomas ficam mais intensos, como a dor de cabeça, enjoos e até mesmo problemas para dormir.
Outros problemas que podem ocorrer com o abuso do álcool
Disfunções sexuais
Outras particularidades que ocorrem em idade avançada com relação ao abuso do álcool estão nas funções sexuais, por exemplo. Estima-se que cerca de 40% dos homens alcoólatras se queixam de disfunção erétil. A função sexual masculina, principalmente após os 40 anos já começa a ser afetada pela diminuição dos hormônios, com o abuso do álcool o problema se agrava ainda mais, podendo causar infertilidade por meio da atrofia das células produtoras de testosterona, contribuindo no surgimento da impotência. Nas mulheres da mesma faixa etária também ocorre alterações na produção hormonal, mudanças no ciclo menstrual, infertilidade e até mesmo diminuição da libido.
Queda de cabelos
O aumento da queda de cabelos, muitas vezes depende de fatores genéticos, porém, fatores externos como, uso abusivo de álcool, alimentação inadequada e cigarro podem agravar ainda mais esse quadro.
Os efeitos do álcool no organismo são muitos, sejam ao médio ou longo prazo, são graves os problemas de saúde que ele pode ocasionar a quem não controla os impulsos de beber. O alcoolismo deve ser tratado como um grave problema de saúde e não apenas como um simples vício antes que as consequências apareçam.